Concordância Verbal e Nominal
Concordância é o conjunto de regras que garante a harmonia entre as partes da frase, assegurando que gênero, número e pessoa das palavras estejam de acordo. Existem dois tipos de concordância: verbal e nominal.
A concordância verbal é a adequação do verbo ao sujeito em número e pessoa.
Exemplos:
- "Os livros da biblioteca foram devolvidos."
- "O professor explicou a matéria com paciência."
No primeiro exemplo, a locução verbal "foram devolvidos" concorda em número e pessoa com o sujeito "os livros", que está no plural. Já no segundo, o verbo "explicou" está na terceira pessoa do singular e concorda com o sujeito "o professor", que também está no singular.
A concordância nominal, por sua vez, ocorre entre o substantivo e seus modificadores, como os adjetivos, artigos e pronomes.
Exemplos:
- "O carro novo é azul".
- "As flores vermelhas são bonitas."
No primeiro exemplo, o adjetivo "azul" concorda em gênero e número com o substantivo "carro", que é masculino singular. Se o substantivo fosse feminino, por exemplo, "a casa nova", o adjetivo seria flexionado para "nova", no feminino singular: "A casa nova é azul".
No segundo, o adjetivo "vermelhas" e o artigo "as" concordam em gênero (feminino) e número (plural) com o substantivo "flores", que também está no feminino plural.
A falta de concordância pode gerar ambiguidades, imprecisões ou erros gramaticais na comunicação escrita e falada.
Concordância Verbal
A concordância verbal diz respeito à adequação do verbo em relação ao sujeito da frase. O verbo deve ser conjugado no singular ou no plural, na primeira, segunda ou terceira pessoa, conforme as características do sujeito.
Vejamos a seguir algumas das principais regras de concordância verbal.
Sujeito Simples
Quando o sujeito é simples, isto é, quando é formado por apenas um núcleo, o verbo concorda em número e pessoa com o sujeito da frase.
Exemplo:
"O menino correu no parque."
O verbo "correu" concorda em número e pessoa com o sujeito "o menino", que está no singular e na terceira pessoa do singular.
Sujeito Composto
Quando o sujeito é composto, ou seja, possui mais de um núcleo, existem três possibilidades: quando está posicionado antes ou depois do verbo e quando o sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes.
1. Sujeito antes do verbo: quando o sujeito composto é anteposto ao verbo, o verbo deve ser sempre conjugado no plural.
Exemplos:
- "O pai e a mãe viajaram para o exterior."
- "O aluno e a professora discutiram a solução do problema."
2. Sujeito depois do verbo: quando o sujeito composto é posposto ao verbo, podemos conjugar o verbo tanto no plural quanto no singular, concordando com o sujeito mais próximo.
Exemplos:
- "Dançaram João e Maria."
- "Dançou João e Maria"
3. Sujeito composto por pessoas gramaticais diferentes: quando o sujeito é composto e as pessoas gramaticais distintas, o verbo deve ser conjugado no plural. Contudo, a concordância deve priorizar a pessoa gramatical prioritária.
Em outras palavras, a primeira pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à segunda pessoa (tu, vós). Já a segunda, tem prioridade em relação à terceira (ele, eles).
Exemplos:
- "Nós, vós e eles chegaremos a tempo."
- "Eu, tu e ela organizaremos o evento."
Concordância Nominal
A concordância nominal é a relação entre os termos que compõem o sintagma nominal, ou seja, entre o substantivo e seus modificadores (adjetivos, artigos, numerais, pronomes, etc.). A concordância consiste em fazer com que esses termos concordem entre si em gênero e número.
Vejamos, a seguir, algumas das principais regras de concordância nominal:
Substantivo e Adjetivo
O adjetivo deve concordar em gênero e número com o substantivo ao qual se refere.
Exemplos:
- "O carro é velho."
- "Os carros são velhos."
Substantivo e Adjetivos
Quando um substantivo é modificado por dois ou mais adjetivos, é o substantivo que deve concordar em gênero e número com os adjetivos. Neste caso, a concordância pode ocorrer tanto no singular quanto no plural. No entanto, se o substantivo for mantido no singular, é necessário utilizar um elemento determinante, como um artigo, antes do segundo adjetivo.
Exemplos:
- "A arte barroca e neoclássica."
- "As artes barroca e neoclássica."
Substantivos e Adjetivo
Quando há mais de um substantivo e apenas um adjetivo, a concordância nominal pode ser realizada de duas maneiras distintas:
1. Se o adjetivo aparecer antes dos substantivos, ele concordará com o substantivo mais próximo.
Exemplos:
- "Amável pai e mãe."
- "Inteligente aluno e aluna."
2. Quando o adjetivo aparece após os substantivos, pode concordar tanto com o substantivo mais próximo quanto com todos os substantivos.
Exemplos:
- "Pai e mãe amável."
- "Pai e mãe amáveis."
Substantivos e Números Ordinais
Quando os números ordinais aparecem antes do substantivo, a concordância é opcional e pode ser realizada tanto no singular quanto no plural.
Exemplos:
- "No primeiro e segundo domingo do mês."
- "No primeiro e segundo domingos do mês."
Se os números ordinais vêm depois do substantivo, é obrigatório que a concordância seja feita utilizando o plural.
Exemplos:
- "Do mês o primeiro e segundo domingos."
- "Da semana, os terceiro e quarto dias."
Exercícios
Questão 1
Na frase "Os professores e o diretor _______ a reunião", qual forma verbal preenche corretamente a lacuna?
a) conduziu
b) conduziram
c) conduz
d) conduzes
Questão 2
Assinale a frase com concordância nominal correta:
a) Os alunos dedicados foram elogiados.
b) A menina e o menino simpática participaram da festa.
c) A criança estava cansado.
d) As casas antiga foram demolidas.
Questão 3
Assinale a alternativa em que a concordância verbal está de acordo com a norma culta:
a) Um bando de pássaros voaram para o norte.
b) A maioria dos brasileiros acredita em Deus.
c) Os Estados Unidos é uma grande nação.
d) A multidão aplaudiu o jogador.
Bibliografia:
- BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 1999.
- CEREJA, William; COCHAR, Thereza. Português Linguagens 9º ano. Sâo Paulo: Atual, 2014.
- CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Lisboa: Edições João Sá da Costa, 1991.
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