Alquimia

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Alquimia é a palavra que indica uma ciência mística conhecida como química da Antiguidade ou da Idade Média, que tinha como principal objetivo a transmutação de um elemento em outro.

Um dos principais objetivos da alquimia era transformar metais não preciosos em ouro, como, por exemplo, chumbo em ouro. Assim, foram feitos vários esforços para criar a pedra filosofal, que poderia transformar metais em ouro.

Outro dos alvos da alquimia era a criação do elixir da vida ou da imortalidade, que daria a vida eterna ou prolongada a quem o bebesse.

A Alquimia era uma prática muito antiga que combinava ciências místicas com várias áreas do conhecimento, como a Física, Química, Medicina, Arte, Metalurgia, Geometria e Filosofia.

Na língua portuguesa, "alquimia" vem do latim alkimia, que vem do árabe al-kimiya, significando "a química". Este último tem origem no grego antigo khemeía, que significa "fusão de líquidos".

História e origem da Alquimia

Símbolo alquímico.
Símbolo alquímico presente no livro "Theatrum Chemicum Britannicum" (1652), de Elias Ashmole.

A alquimia surgiu em diversas civilizações antigas, como China, Egito e Grécia. Na Europa, foi reintroduzida no século XII através de traduções de textos árabes.

Durante a Idade Média, muitos alquimistas foram condenados pela Inquisição. A alquimia medieval teve influências da cultura muçulmana e da cabala judaica. O enxofre, usado na alquimia, ainda é associado ao demônio.

Com o avanço dos conhecimentos científicos na Idade Moderna, a Alquimia passou a ser considerada uma pseudociência, isto é, uma falsa ciência, desprovida de métodos e efeitos comprovados, ligada ao misticismo e ao oculto.

Entretanto, os alquimistas foram responsáveis por várias descobertas e invenções, como a técnica do banho-maria para aquecer soluções lentamente e a criação da porcelana.

No século XVII Robert Boyle negou vários pressupostos alquimistas e lançou os primeiros alicerces da ciência atualmente conhecida como química, juntamente com Avogadro e John Dalton.

Alquimistas famosos

Retrato de Roger Bacon.
Retrato de Roger Bacon (1214-1292).

Essa prática milenar contou com diversos personagens que se destacaram em sua busca pela transmutação da matéria e pela imortalidade. Entre os principais alquimistas da história, podemos citar:

  • Nicolas Flamel (1330-1418): o lendário alquimista francês, famoso por ter supostamente descoberto a Pedra Filosofal e o Elixir da Longa Vida. Sua história, envolta em lendas e mistérios, inspirou obras literárias e alimentou a crença na alquimia por séculos.

  • Paracelso (1493-1541): médico, astrólogo e alquimista suíço, considerado um dos "pais da medicina moderna". Sua obra contribuiu para o desenvolvimento da farmacologia e da medicina iatroquímica, que buscava curar doenças por meio de compostos químicos.

  • Roger Bacon (1214-1292): filósofo, teólogo e alquimista inglês, conhecido como "Doctor Mirabilis" (Doutor Admirável). Defendia o método científico e a experimentação, buscando conciliar a alquimia com a teologia.

  • Arnaldo de Vilanova (1240-1311): médico, filósofo e alquimista espanhol, considerado um dos principais precursores da alquimia ocidental. Sua obra influenciou Paracelso e outros alquimistas posteriores.

  • Basil Valentine (1394-1450): alquimista alemão, autor de diversos tratados sobre alquimia, incluindo o famoso "Antimoneum Triplex" (O Tríplice Antimônio). Seus trabalhos exploraram as propriedades do antimônio e outros minerais.

  • Maria, a Judia (século I d.C.): alquimista egípcia lendária, considerada uma das primeiras mulheres a se destacar na alquimia. Sua obra, "De Chrysopoeia" (Sobre a Fabricação do Ouro), influenciou alquimistas posteriores.

  • Cagliostro (1743-1795): aventureiro e alquimista italiano, famoso por sua personalidade carismática e seus métodos questionáveis. Sua história é marcada por controvérsias e lendas sobre seus poderes mágicos e alquimia.

  • Fulcanelli (século XIX): alquimista francês anônimo, autor do misterioso livro "Les Demeures Philosophales" (As Moradas Filosóficas). Sua obra, repleta de simbolismos e enigmas, ainda intriga estudiosos da alquimia até hoje.

  • Conde de Saint Germain (séc. XVIII): figura enigmática do Iluminismo, era inteligente, charmoso e possuía vasto conhecimento em ciência, filosofia, música e alquimia. Afirma-se ter vivido séculos, dominando segredos da imortalidade e juventude eterna, além de criar ouro e o elixir da vida pela alquimia.

  • Isaac Newton (1643-1727): físico, matemático e astrônomo inglês, considerado um dos maiores cientistas de todos os tempos. Apesar de ser mais conhecido por suas contribuições à física e à matemática, Newton também se dedicou à alquimia em busca de segredos da natureza.

  • Robert Boyle (1627-1691): Químico, físico e filósofo irlandês, considerado um dos fundadores da química moderna. Seus experimentos e teorias contribuíram para o declínio da alquimia como ciência, abrindo caminho para o desenvolvimento da química científica.

Alquimia moderna

A expressão alquimia moderna indica a tentativa de transformação de um material em outro, usando os avanços na ciência e tecnologia alcançados atualmente.

Um exemplo disso é o trabalho dos cientistas que desenvolveram um método capaz de transformar cimento em metal.

Alquimia mental

A palavra alquimia está relacionada ao tema da transformação. Muitas pessoas usam a expressão 'alquimia mental' para indicar um conjunto de métodos de transformação de pensamentos negativos em pensamentos positivos, através da transmutação mental.

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