Antropofagia
Antropofagia é a ação de comer carne humana, o que entre humanos é também conhecido como canibalismo. A antropofagia era praticada em rituais esotéricos como forma de quem come incorporar as qualidades do indivíduo que é comido, como a bravura e a coragem de um guerreiro derrotado.
Este mesmo conceito de incorporar as qualidades foi o ponto de partida para o chamado Movimento Antropofágico, ou Antropofagia Cultural, manifestação artística modernista no Brasil que teve como principal obra o Abaporu, de Tarsila do Amaral, quadro de 1928.
O termo antropofagia vem da junção das palavras gregas anthropo, que significa homem, phagía, que é comer. A antropofagia é o ato de um antropófago, aquele que come carne humana. Portanto, entre humanos, a antropofagia é canibalismo, já que o ser canibal é aquele que come a carne da própria espécie. Os animais que comem carne humana são considerados antropófagos, mas não canibais.
A antropofagia registrada historicamente está diretamente ligada a atos ritualísticos, no sentido de incorporar características do outro. Mas sabe-se que existiram povos que precisaram se alimentar da carne de seus iguais como formas de proteção, instinto de sobrevivência, entre outras razões ligadas às necessidades vitais.
O termo canibalismo é associado à antropofagia por causa de uma comunidade indígena que habitava a região do Caribe, e que realizava rituais onde a carne humana era consumida.
Durante a exploração do espanhol Cristóvão Colombo à região, os espanhóis ficaram aterrorizados com esta prática e deram o nome de "canibales" (em referência à região do Caribe) aos índios.
No Brasil, os índios da tribo Tupinambá praticavam a antropofagia como parte de um ritual de guerra. Eles consumiam a carne dos guerreiros adversários com o objetivo de "absorver a bravura e coragem" do inimigo. Ser comido era considerado uma das formas mais honráveis de morrer, porque significava que o guerreiro era considerado corajoso e tinha o espírito forte.
Manifesto Antropofágico
O Manifesto Antropofágico, ou Antropófago, foi publicado por Oswald de Andrade na Revista de Antropofagia, em 1928, durante o movimento modernista no Brasil.
O texto em formato de manifesto foi inspirado pelo Manifesto Futurista, do italiano Felippo Tomaso Marinetti, e toma como ponto de partida o quadro Abaporu, de Tarsila do Amaral.
O conceito de antropofágico aqui diz respeito à "deglutinação" dos estilos e modelos internacionais para produção de algo totalmente novo e com a cara do Brasil, e combatia o eurocentrismo da arte.