Beisebol

Equipe do Significados
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O beisebol, ou baseball em inglês, é um esporte coletivo de campo e taco. Envolve duas equipes de nove jogadores cada, que se alternam entre ataque e defesa.

Originário dos Estados Unidos, o beisebol é considerado um esporte nacional nesse país. É também muito popular no Japão, Cuba, República Dominicana e Venezuela, onde gera grande interesse e tem revelado grandes talentos ao longo da história.

O beisebol destaca-se por sua combinação de habilidades físicas, táticas complexas e a interação entre ataque e defesa, proporcionando um jogo rico em estratégias.

Partida de beisebol
Partida de beisebol

Características principais

  1. Campo: O campo de beisebol tem formato de diamante, com quatro bases posicionadas em forma de quadrado. Cada base é numerada: primeira, segunda, terceira e home plate.
  2. Equipamento: Os jogadores usam tacos (bats), bolas e luvas (mitts) para jogar. Há também capacetes, protetores de perna e outras proteções para segurança.
  3. Pontuação: Uma corrida é marcada quando o jogador percorre todas as bases e retorna ao home plate.
  4. Jogadores: Cada equipe tem nove jogadores titulares, e suas posições são divididas em defensivas. São elas:
  • lançador (pitcher)
  • receptor (catcher)
  • jogador de 1.ª base (first baseman)
  • jogador de 2.ª base (second baseman)
  • jogador de 3.ª base (third baseman)
  • jogador interbase (shortstop)
  • defensor do lado esquerdo do campo (left fielder)
  • defensor da parte central campo (center fielder)
  • defensor do lado direito do campo (right fielder).

História do beisebol

A origem do beisebol é um tema bastante debatido entre os historiadores do esporte. Embora existam registros de jogos semelhantes em diversas partes do mundo desde a Idade Média, o beisebol como conhecemos hoje tem suas raízes na Grã-Bretanha e na Irlanda.

Jogos como o rounders, popular na Inglaterra, apresentavam semelhanças com o beisebol, sendo levados para a América do Norte por imigrantes britânicos. Ao longo do século XVIII, relatos de jogos com características semelhantes se espalharam por todo o continente.

Uma das teorias mais conhecidas sobre a origem do beisebol atribui a invenção do esporte a Abner Doubleday, em 1839. No entanto, essa teoria foi amplamente contestada por historiadores.

A figura mais importante na padronização do beisebol foi Alexander Cartwright, que em 1845 fundou o Knickerbocker Base Ball Club of New York e escreveu as primeiras regras do esporte, as "Regras Knickerbocker".

Desde então, o beisebol cresceu em popularidade, especialmente nos EUA, Japão, América Latina e Caribe.

Na América do Norte, a principal liga de beisebol é a Major League Baseball(MLB), com times divididos em duas ligas: Americana (AL) e Nacional (NL), cada uma com três divisões: Oeste, Leste e Central. O campeão da MLB é decidido nos playoffs, que terminam na World Series.

New York Knickerbockers Baseball Club, por volta de 1847.
New York Knickerbockers Baseball Club, por volta de 1847.

Beisebol nas Olimpíadas

O beisebol teve uma trajetória instável nos Jogos Olímpicos. Após diversas aparições como esporte de demonstração, finalmente estreou oficialmente em Barcelona, em 1992. Cuba dominou a modalidade, conquistando três ouros. No entanto, em 2005, o beisebol e o softbol foram surpreendentemente excluídos dos Jogos de 2012, em Londres.

Após essa ausência, o beisebol retornou aos Jogos de Tóquio 2020, mas a alegria foi curta. Para a decepção dos fãs, o esporte foi novamente removido do programa olímpico para 2024.

Essa constante mudança de status demonstra a dificuldade em manter o beisebol no cenário olímpico, apesar de sua popularidade em muitos países.

Regras do Beisebol

Como se joga

Na defesa, o time posiciona seus jogadores para impedir que o time adversário consiga avançar pelas bases e marcar corridas. O jogador defensivo mais central é o arremessador (ou pitcher), que tem a responsabilidade de lançar a bola em direção ao rebatedor (batter) do time adversário.

O arremessador tenta dificultar a rebatida, lançando a bola com diferentes velocidades e efeitos.

Por outro lado, o rebatedor tem como meta acertar a bola com o taco e enviá-la o mais longe possível. Isso cria a oportunidade de correr até as bases.

Após rebater a bola, o jogador corre para a primeira base e tenta avançar para as outras bases sempre que for seguro, dependendo de onde a bola foi lançada no campo e da posição dos defensores.

Início da partida

Nove jogadores de cada equipe entram em campo e se revezam nas posições a cada entrada (rodada).

Inning

Um jogo de beisebol é dividido em nove entradas (innings). Cada equipe tem uma chance de atacar (rebater) e uma chance de defender a cada entrada.

Ataque contra defesa

No turno de ataque, apenas um jogador por vez tenta a rebatida. Enquanto isso, o time na defesa atua com seus nove jogadores espalhados pelo campo.

O pitcher (arremessador) é a principal figura da defesa. Sua função é lançar a bola para o catcher, que deve recebê-la. O objetivo do arremesso é atingir a "zona de strike", uma área imaginária entre os ombros e os joelhos do rebatedor.

Campo de beisebol
Campo de beisebol.

Strike

É o objetivo do pitcher, e pode ocorrer de três maneiras:

  • A bola passa pela zona de strike e o rebatedor não tenta a rebatida (called strike).
  • O rebatedor tenta acertar a bola, mas erra, independentemente da localização da bola (swinging strike).
  • O rebatedor acerta a bola, mas ela vai para uma área "fora de jogo", gerando uma foul ball.

Ball

Se o arremesso não acertar a zona de strike e o rebatedor não tentar a rebatida, é considerado um ball. Após quatro balls, o rebatedor avança automaticamente para a 1ª base. Se houver alguém na 1ª base, esse jogador avança para a 2ª base.

Bola em jogo

Se o jogador de ataque rebate a bola para a área "dentro de campo" (fair), a bola está em jogo. A partir disso, ele pode avançar para as bases, marcar ou impulsionar corridas, ou ser eliminado.

Eliminações

Na defesa, o objetivo é eliminar três jogadores adversários para trocar de turno. As eliminações podem acontecer de várias formas:

  • Strikeout: O jogador é eliminado quando o pitcher faz três strikes contra ele. O 3º strike não pode ser um foul ball, a menos que seja um bunt que vire foul.
  • Flyout: Se um defensor pega a bola no ar, sem que ela toque o chão, o rebatedor é eliminado.
  • Groundout: Se um defensor pega a bola após ela tocar o solo e lança para a 1ª base, onde outro defensor pisa na base com a bola antes do rebatedor chegar, ele é eliminado. Isso também pode ocorrer em outras bases.
  • Tag Out: O jogador é eliminado se um defensor tocar nele com a bola enquanto ele corre entre as bases.

Line up

No ataque, os jogadores seguem uma ordem para rebater, numerados de 1 a 9. Eles devem seguir essa ordem para enfrentar o pitcher. Pelo menos três rebatedores participam por entrada, já que são necessárias três eliminações para trocar de turno. Após a troca, o lineup continua de onde parou.

Rebatidas

Durante os turnos de ataque, os jogadores se tornam rebatedores, buscando uma rebatida válida. Existem dois tipos principais: o swing normal, o qual é um movimento completo, e o bunt, onde o jogador apenas toca a bola para ajudar um companheiro em base a avançar.

Para a rebatida ser válida, a bola deve ir para a área "dentro do campo" (fair) e não deve resultar em uma eliminação. Após rebater, o jogador se torna corredor e deve correr até a 1ª base sem ser eliminado, ajudando seus companheiros a avançar também. Se chegar à base sem ser eliminado, ele está "à salvo". Uma rebatida válida pode ser:

  • Simples: o rebatedor vai para a 1ª base.
  • Dupla: o rebatedor vai para a 2ª base.
  • Tripla: o rebatedor vai para a 3ª base.
  • Inside the park home run: o rebatedor completa todas as bases e chega ao home plate (muito raro).
  • Home Run: a bola sai do campo (normalmente para as arquibancadas), e todos os jogadores em base anotam corridas, incluindo o rebatedor. Se a bola sair de uma área inválida, é considerada foul.

Avanço das bases

Uma vez em base, o jogador está à salvo e espera o próximo rebatedor. Se o companheiro conseguir uma rebatida válida, ele deve correr para a próxima base. São quatro bases no total, e ao alcançar a quarta (home plate), ele anota uma corrida. O time que marcar mais corridas após nove entradas vence.

Existem duas maneiras adicionais de avançar nas bases:

  • Roubar base: O corredor pode tentar roubar a próxima base enquanto seu companheiro rebate. Para ter sucesso, ele deve chegar à nova base à salvo antes que a defesa o toque com a bola.
  • Erro: Se o time adversário cometer um erro na defesa, os corredores podem tentar avançar para as próximas bases à salvo.

Equipamentos

Equipamentos do beisebol
Taco, luva e bola: equipamentos do beisebol.

O beisebol requer uma variedade de equipamentos específicos para garantir a segurança dos jogadores e o bom desempenho durante o jogo. Aqui estão os principais equipamentos utilizados:

Bola

A bola de beisebol tem um diâmetro de cerca de 7,3 cm e é composta por um núcleo de cortiça ou borracha envolto por camadas de lã e coberto com couro. É dura e projetada para suportar altos impactos.

Taco

Os tacos de beisebol são feitos de madeira (em ligas profissionais) ou alumínio (em ligas amadoras). O comprimento pode variar, mas geralmente fica entre 80 e 91 cm. O peso e a espessura também variam, permitindo que os jogadores escolham um bastão que se ajuste ao seu estilo de jogo.

Luvas

As luvas são usadas para proteger as mãos dos jogadores e facilitar a captura da bola. Cada posição tem um tipo de luva específico:

  • Luva do jogador de campo: Maior e mais acolchoada, para capturar a bola.
  • Luva do catcher: Possui mais acolchoamento para proteger a mão do catcher.
  • Luva do pitcher: Tem um design que permite esconder a bola do rebatedor.

Capacete

Os capacetes são usados pelos rebatedores para proteger a cabeça de possíveis impactos com a bola. Devem ser aprovados por normas de segurança e são feitos de materiais leves e resistentes.

Uniforme

O uniforme é composto por uma camisa, calças e um boné, geralmente com as cores e emblemas do time. As camisas têm mangas curtas ou longas, dependendo da preferência, e as calças podem ser ajustadas.

Protetores

O catcher utiliza um conjunto de protetores, que inclui uma máscara, peitoral e caneleiras. Esses itens ajudam a proteger o corpo do jogador de impactos.

Chuteiras

As chuteiras de beisebol possuem cravos que proporcionam tração no campo. Os cravos podem ser de metal ou de material sintético e são projetadas para oferecer suporte e conforto durante o jogo.

Beisebol no Brasil

O beisebol foi introduzido no Brasil na década de 1850 por norte-americanos que trabalhavam em empresas como a Light e a Companhia Telefônica. Em 1910, o Mackenzie College organizou partidas que atraíam mais público que o futebol.

Entre 1910 e 1920, surgiram várias equipes ligadas a funcionários de empresas norte-americanas, e nos anos 1920 houve uma liga amadora.

A influência japonesa começou em 1908, com a imigração para São Paulo e Paraná, e muitos praticantes hoje são descendentes de japoneses.

O primeiro campeonato brasileiro de beisebol foi em 1936, organizado pela Federação Paulista até 2002, quando passou para a Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol.

Softball

O softball é um esporte de equipe semelhante ao beisebol, jogado com uma bola maior e em um campo menor. É popular em muitos países e é praticado em diversas ligas, tanto amadoras quanto profissionais.

O esporte foi criado nos Estados Unidos em 1887, como uma versão indoor do beisebol. A primeira partida registrada foi realizada em Chicago, onde jogadores de beisebol usaram um taco e uma bola de beisebol.

Inicialmente chamado de "Indoor Baseball", o esporte rapidamente se popularizou, especialmente entre mulheres.

A versão moderna do softball começou a se desenvolver na década de 1930, com a padronização das regras e a criação de ligas. O nome "softball" foi adotado em 1926, e o esporte se espalhou rapidamente, tornando-se especialmente popular nas escolas e universidades.

Bibliografia:

FREITAS, Armando; VIEIRA, Sílvia: O que é beisebol, softbol e hóquei sobre grama. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2007.

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