Burguesia e proletariado
Qual a diferença entre burguesia e proletariado?
Burguesia é compreendida como a classe dominante, dona dos meios de produção, das matérias-primas e detentoras do capital financeiro. Já o proletariado representa a classe trabalhadora, dona apenas da própria força de trabalho.
Essa distinção é feita com base na doutrina marxista. Para Marx, ao longo da história, a humanidade se desenvolveu a partir do antagonismo entre uma classe dominante e uma classe de indivíduos explorados por ela. A isso, chamou de luta de classes.
Na modernidade, a luta de classes assume a forma atual. Para Marx, a sociedade capitalista é marcada pela tensão entre a burguesia e o proletariado.
Burguesia | Proletariado | |
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Significado | Classe economicamente dominante através da posse dos meios de produção e do controle da vida social. | Classe trabalhadora, dona apenas de sua força de trabalho, também compreendida como classe oprimida ou dominada. |
Origem | Na Idade Média, os comerciantes constituíram um extrato social específico, possuidores de capital sem os benefícios hereditários da nobreza. | No Império Romano, o termo proletarii era utilizado como referência à classe mais baixa que tinha como função gerar filhos para o crescimento do império. |
Exemplo | Grandes empresários, banqueiros, industriais, latifundiários, etc. |
Trabalhadores assalariados, operários, prestadores de serviço, servidores do Estado, pequenos comerciantes, etc. |
Vale lembrar que teorias não-marxistas dificilmente utilizarão essa definição e divisão de classes propostas por Marx. A utilização dessa distinção pressupõe uma adesão ao pensamento marxista.
O que é a burguesia?
Segundo Marx, a burguesia é “a classe dos capitalistas modernos, proprietários dos meios de produção e empregadores do trabalho assalariado”. Os meios de produção são compreendidos como: propriedades, matéria-prima, maquinário e estruturas para a realização do produto.
Essa classe social domina o capital financeiro e, consequentemente, controla o Estado e a produção cultural, controlando assim todos os aspectos da vida social.
O termo tem origem na Idade Média, as cidades chamadas de burgos, construíram uma nova classe social composta de comerciantes e profissionais liberais. Essa classe era superior aos servos, mas com menos poderes do que a nobreza.
A ascensão da burguesia culminou nas revoluções burguesas e o fim da Idade Média. Com a mudança no modo de produção, o poder econômico assume a centralidade na definição do que produzido e valorizado na sociedade. O acúmulo de capital toma o lugar da hereditariedade para a definição dos detentores do controle da sociedade.
Assim, a burguesia constituiu-se em oposição à classe trabalhadora, em uma relação entre os donos dos meios de produção e os donos da força de trabalho.
Diferente de outros períodos da história, por ser definido apenas pelo capital acumulado, o sistema capitalista cria uma maior possibilidade de mobilidade entre as classes.
Por outro lado, há também a proletarização de parte da classe burguesa, com dificuldades em manter os padrões econômicos construídos ao longo do tempo. Esses fenômenos geram o desenvolvimento de uma classe intermediária, que preserva aspectos tanto da burguesia quanto da classe proletária.
O crescimento dessa classe média definida por Marx como “pequena burguesia”, observado ao longo do século XX, gera uma complexificação da definição das classes sociais e da ideia de luta de classes.
De todo modo, autores contemporâneos tendem a definir a burguesia como o grupo social que detém os meios de produção e/ou a maior parcela do capital econômico.
O que é o proletariado?
O proletariado representa a classe trabalhadora ou classe operária. São aqueles que possuem como bem apenas a sua força de trabalho e os produtos adquiridos através de sua venda.
O termo proletariado é derivado do latim proletarii, usado para designar uma classe de pessoas que cumpriam a função social de ter filhos (prole), para do desenvolvimento e crescimento do império romano.
O termo foi resgatado na teoria marxista para designar a classe de trabalhadores que através da reprodução social, fundamenta o capitalismo gerando lucro a partir de sua exploração. Esse lucro é compreendido como exploração por se dar através de um processo chamado de "mais-valia".
A mais-valia é o trabalho não remunerado. O trabalhador, responsável por realizar a transformação de matéria-prima em bens de consumo, não recebe um pagamento proporcional pelo trabalho realizado. O valor do trabalho extrapola em muito o salário pago ao trabalhador. Essa é a estrutura fundamental do lucro adquirido pela burguesia e também define a classe dos explorados, o proletariado.
Assim, o proletariado é a classe subalternizada e explorada pela burguesia. Por não ser detentora dos meios de produção, para sua sobrevivência, precisa de se adequar ao trabalho assalariado estipulado e definido pela classe burguesa.
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