As 10 características dos seres vivos (explicadas)

Rubens Castilho
Revisão por Rubens Castilho
Professor de Biologia

Seres vivos são organismos que possuem características associadas à vida, ou seja, são constituídos por células e apresentarem processos vitais como metabolismo, crescimento, reprodução e resposta a estímulos ambientais.

Em resumo, os seres vivos possuem um conjunto de elementos na sua composição, que não existem na matéria bruta, sem vida. É dessa forma que as plantas e os animais se diferem das rochas, por exemplo.

Os organismos vivos são muito variados em sua composição e estrutura, mas, geralmente, apresentam as seguintes características:

1. Possuem organização celular

Uma das características mais importante dos seres vivos é a sua organização celular. Todos os organismos vivos (exceto os vírus) são formados por unidades conhecidas como células. Basicamente, a estrutura da célula é formada por membrana celular, citoplasma e núcleo.

celula

As células podem ser procariontes ou eucariontes. São procariontes quando o DNA encontra-se espalhado no citoplasma, ou seja, quando não há membrana envolvendo o material genético. São eucariontes quando existe essa membrana nuclear.

No núcleo da célula estão localizados os cromossomos, onde fica o DNA com os genes responsáveis pela transmissão das características hereditárias dos seres vivos. Em relação às células, os organismos também podem ser classificados em:

  • Unicelulares: são os seres formados por uma única célula, como os organismos dos reinos moneras (bactérias e cianobactérias), protista (protozoários e algumas algas) e fungi (leveduras).
  • Pluricelulares: são os seres formados por várias células, como os animais, as plantas, algas talófitas (apesar de não formarem tecidos verdadeiros) e a maioria dos fungos.

2. Possuem DNA

Uma característica fundamental dos organismos vivos, quando comparados aos seres que não possui vida, é a sua composição química complexa. Um ser vivo é aquele que possui ácido nucleico, formado pelo DNA (ácido desoxirribonucleico) e pelo RNA (ácido ribonucleico).

O ácido nucleico é responsável pelo material genético e pela transmissão de características hereditárias. Esta é uma composição que encontramos exclusivamente nos seres vivos.

O DNA e o RNA têm funções diferentes. O DNA contém a informação genética, produz o RNA e faz o controle da atividade celular. Já o RNA faz a síntese das proteínas no organismo e envia a informação genética para que a síntese das proteínas aconteça nas células.

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Cadeias de DNA e RNA.

Todos os organismos vivos apresentam na sua composição elementos orgânicos como carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Também possuem compostos inorgânicos como a água e os sais minerais. Além de fósforo e enxofre, porém em menor quantidade.

Apesar dos vírus possuírem DNA e/ou RNA, eles não são considerados seres vivos, mas sim, parasitas intracelulares obrigatórios. Isso porque, sua atividade metabólica depende do parasitismo de seu hospedeiro, no caso, uma célula.

3. Respondem a estímulos

Os seres vivos respondem a estímulos do ambiente, ajustando seu comportamento, fisiologia ou morfologia para se adaptarem às condições ambientais. Por exemplo: podem reagir aos estímulos da luz, do som ou de predadores, movimentando-se, produzindo hormônios, entre outros.

A capacidade de responder a estímulos é fundamental para sobrevivência e adaptação ao ambiente, pois possibilita que percebam e reajam a mudanças tanto internas, quanto externas.

4. Possuem processos metabólicos

Os seres vivos realizam uma série de reações químicas típicas do seu metabolismo, necessárias para a sua sobrevivência e desenvolvimento.

O metabolismo é composto por dois processos celulares: anabolismo e catabolismo. Desde o nascimento do organismo vivo, moléculas simples se transformam em moléculas mais complexas a partir de uma reação de síntese, chamada de anabolismo.

Essas moléculas podem ser rompidas, voltando a se tornar moléculas mais simples, o que chamamos de catabolismo. No catabolismo acontece uma reação de decomposição.

5. Conseguem respirar

A respiração é outra característica dos seres vivos, essencial para a obtenção da energia necessária para as atividades metabólicas e para a eliminação dos resíduos metabólicos. É o processo em que os organismos vivos obtêm oxigênio do ambiente e liberam dióxido de carbono.

Quanto a sua respiração, os organismos podem ser anaeróbios, quando produzem energia na ausência de oxigênio molecular, e aeróbios, quando utilizam o oxigênio para obter sua energia.

6. Possuem capacidade de homeostase

Homeostase é a habilidade de manter um ambiente interno relativamente estável, diante de mudanças no ambiente externo. Os organismos vivos conseguem ter essa estabilidade interna nas células, regulando sua fisiologia, como temperatura, pH e concentração de nutrientes.

Esse equilíbrio dinâmico é importantíssimo para o funcionamento adequado das células, tecidos, órgãos e sistemas, independentemente das alterações externas. Problemas na homeostase podem levar à morte do organismo.

Entenda melhor: células procariontes e células eucariontes.

7. Têm fases de crescimento ou desenvolvimento

Os seres vivos apresentam fases de desenvolvimento, em que passam por etapas até atingir uma fase madura. Esse desenvolvimento varia bastante, mas, no geral, para crescer os seres vivos retiram do meio ambiente os nutrientes necessários para a sua sobrevivência.

Ao longo do desenvolvimento, as células expandem seu volume, multiplicando-se e aumentando o próprio organismo. Quando atingem a maturidade, os seres vivos estão prontos para a reprodução.

8. Conseguem se reproduzir e ter hereditariedade

Todo ser vivo passa por um ciclo vital, em que ele nasce, cresce, reproduz-se e morre. Embora algumas espécies possam não completar todo o ciclo, ele se configura como uma característica importante.

Na fase adulta, os seres vivos precisam se reproduzir. Gerar novos seres com características semelhantes, garantindo a continuidade da sua espécie, ou seja, a hereditariedade.

A reprodução pode ocorrer de forma assexuada ou sexuada. A reprodução assexuada acontece quando um organismo se divide em duas ou mais partes, que dão origem a novos organismos geneticamente idênticos, sendo comum em organismos unicelulares.

Já a reprodução sexuada acontece a partir da união de células sexuais feminina e masculina, os gametas. A reprodução sexuada gasta mais energia para ocorrer, mas ao final o descendente terá maior variabilidade genética, pois é fruto da união de dois materiais genéticos, o do pai e o da mãe.

Conheça as diferenças entre vírus, bactérias e fungos.

9. Produzem energia através da nutrição

Para que o metabolismo de um ser vivo funcione corretamente é necessário obter energia das moléculas presentes nos alimentos. Através dos carboidratos, por exemplo, é possível produzir ATP (Adenosina Trifosfato), a moeda energética para o funcionamento das funções vitais.

Os organismos podem ser autótrofos ou heterótrofos. Os autótrofos são os que produzem o seu próprio alimento, através da fotossíntese (plantas) ou da quimiossíntese (algumas bactérias).

A fotossíntese é o processo de absorção de água e dióxido de carbono, transformados em energia (glicose). Nesse processo, que é feito através da clorofila e da energia da luz solar, acontece a liberação de oxigênio.

A quimiossíntese é um processo de síntese de compostos orgânicos por meio de compostos inorgânicos como, por exemplo, CO2 e enxofre. Este processo fornece energia aos organismos vivos.

Por sua vez, os heterótrofos são os que capturam a energia química através de sua dieta, ou seja, eles não são capazes de produzir seu alimento, eles precisam se alimentar de outros seres vivos, como plantas, outros animais, cogumelos, etc.

Entenda também o que é a cadeia alimentar e o Reino Animal.

10. Sofrem mutações

As mutações são alterações na sequência de DNA de um ser vivo, que podem acontecer devido a erros durante a replicação do DNA, exposição a fatores que provocam mutação (como radiação ou certos produtos químicos), entre outros.

As mutações promovem alterações no genoma do organismo, que podem ser transmitidas para as gerações futuras. A capacidade de sofrer mutações e passá-las hereditariamente é essencial para a evolução das espécies.

São as mutações que criam diversidade em uma população, possibilitando também que algumas variações genéticas tenham uma vantagem adaptativa em um ambiente, tornando-se dominante, em um processo de seleção natural.

Veja também como é classificação dos seres vivos e a taxonomia.

Rubens Castilho
Revisão científica por Rubens Castilho
Biólogo (Licenciado e Bacharel), Mestre e Doutorando em Botânica - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Atua como professor de Ciências e Biologia para os Ensinos Fundamental II e Médio desde 2017.
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