Cartografia
A cartografia é a ciência e a arte da criação e estudo dos mapas. Na geografia, a cartografia é compreendida como um conjunto de técnicas responsável por representar os espaços terrestres em um plano na forma mais fidedigna possível.
Projeção cartográfica é a técnica utilizada para representar a terra em um plano. É importante saber que toda projeção cartográfica traz consigo algum tipo de distorção, seja no ângulo, no formato, ou até mesmo na distância.
Isso ocorre porque a terra possui o formato cilíndrico e, ao passar para o formato plano, qualquer técnica de projeção cartográfica precisa distorcer alguma proporção.
O três tipos de projeções cartográficas são:
1. Projeção cilíndrica
É o tipo de projeção que torna o mapa retangular, onde todos os meridianos ficam retos e verticais e todos os paralelos ficam retos e horizontais, formando ângulos retos em qualquer posição do mapa.
2. Projeção cônica
É a projeção utilizada para representar com maior fidelidade as médias latitudes. Esse tipo consegue projetar os dois hemisférios ao mesmo tempo. Neste caso, os meridianos se abrem em um sistema radial incompleto e os paralelos formam semicírculos;
3. Projeção plana (azimutal)
O ponto principal dessa projeção fica nas altas latitudes, ou seja, nas zonas polares. Num mapa com projeção plana, os meridianos se abrem formando um sistema radial completo e os paralelos formam círculos concêntricos;
A história e evolução da cartografia
A produção de mapas é uma das formas mais antigas de representação gráfica utilizada pela humanidade, sendo indicada por historiadores de se desenvolver antes mesmo da escrita.
Esse tipo de representação fez parte da história de inúmeros povos antigos, sendo os árabes, os babilônios, os romanos, egípcios, chineses e indianos os principais produtores de mapas. Ela também foi amplamente transformada ao longo dos séculos e foi se adaptando às novas tecnologias e conhecimentos.
A cartografia na Antiguidade
O povo antigo da Babilônia, localizada no atual Oriente Médio, foi o responsável por criar o primeiro tipo de mapa, esculpido em tabuletas de argilas.
Quase todos os mapas da época eram representações gráficas das estruturas das próprias cidades da região, mas os babilônios também foram responsáveis por criar o mapa mundial considerado o mais antigo do mundo.
Séculos mais tarde, a sociedade da Grécia Antiga, com o surgimento da noção de espaço e com o avanço nos conhecimentos da astronomia, criou o primeiro mapa mundial em papel, em 200 a.C.
Os mapas mundiais criados nesse período foram utilizados principalmente para as navegações e eram o resultado da observação dos exploradores da época, além dos novos conhecimentos matemáticos.
Grandes cartógrafos ficaram conhecidos nessa época, como Anaximandro, o primeiro grego a desenhar o mapa mundial, Hecateu, Heródoto e Erastótenes.
Os primeiros mapas gregos apresentavam a Grécia no centro do mundo, cercada por um oceano. Tempos depois, Erastótenes também apresentou um novo mapa mundial, dessa vez dividindo a terra nos continentes asiático e europeu.
O cartógrafo Cláudio Ptolomeu, que vivia na região do Egito Antigo, criou o primeiro mapa mundial com paralelos de latitude e meridianos de longitude para representar com maior precisão as áreas da Terra.
A cartografia na Idade Média
No período da Idade Média a igreja dominava a politicamente e tinha total controle sobre os conhecimentos que chegavam à sociedade. Sendo assim, ela também era a responsável por fazer todas as representações gráficas.
Foi neste período que ficou conhecido o mapa OT, onde o O representava o oceano e o T dividia o mundo no Mar Rural, Mar Mediterrâneo e Mar Vermelho.
Na representação feita pela igreja, a cidade de Jerusalém ficava no centro do mundo, para mostrar a importância da igreja e do local sagrado para o povo. Essa concepção de mundo perdurou durante toda a Idade Média, na região da Europa.
Porém, algumas áreas não foram influenciadas pelo poder da igreja, como o Oriente Médio e a Ásia. Assim, eles continuaram criando mapas a partir de suas inspirações anteriores, como o mapa da Ptolomeu. O árabe Al Idrisi, por exemplos, criou um dos mapas terrestres mais completos da época.
Outra área que também produziu inúmeros mapas foi a Ásia, principalmente a China. Um dos mais conhecidos foi o mapa feito pelo chinês Ming Hun Yi Tu, em 1389 d.C. Ele ficou famoso por começar a representar os locais descobertos nas grandes explorações da época.
A cartografia na Idade Moderna
Essa parte da história foi uma das mais importantes para o desenvolvimento da cartografia. Nesse período, a influência da igreja na política começou a diminuir e as grandes navegações e conquistas de terras foram ampliadas na Europa.
Devido a essas grandes explorações territoriais, os mapas começaram a aparecer de forma mais completa e detalhada, com novos locais e proporções, sendo também o principal guia para as novas navegações.
Um dos mapas mais conhecidos foi o mapa mundial criado pelo belga Albers Mercator, em 1569. Ele foi importante por usar pela primeira vez a projeção cilíndrica da terra, que é utilizada até hoje na cartografia.
Ao mesmo tempo em que o território mapeado se expandia, as técnicas cartográficas continuavam crescendo em sua precisão.
A cartografia no mundo contemporâneo
O maior propulsor responsável pela evolução da cartografia foi o avanço tecnológico. As novas ferramentas como a bússola, o telescópio e as máquinas de impressão, permitiram que os cartógrafos elaborassem novas projeções de espaço e pudessem imprimir os mapas de maneiras diferentes.
A partir do século XX o uso dos aviões para tirar fotos dos espaços foi o maior meio para a criação de novos mapas. A partir disso, o uso de satélite passou a ser o principal meio para mostrar os locais com detalhes, permitindo uma maior precisão nas representações dos espaços.
Na década de 1960, por exemplo, foi criado o SIG (Sistema de Informações Geográficas), um sistema responsável por capturar, armazenar e tratar das imagens de áreas geográficas importantes para a concepção e aprimoramento dos mapas cartográficos.
Veja também: Tipos de mapas.