Conjunções coordenativas

Igor Alves
Igor Alves
Professor de Língua Portuguesa

As conjunções coordenativas são palavras que ligam termos ou orações independentes, estabelecendo entre eles uma relação de sentido. Essa relação pode ser de adição, oposição, alternância, conclusão ou explicação.

Exemplos:

  1. "Comprei maçãs e bananas."
  2. "Queria sair, mas estava chovendo."

No primeiro exemplo, a conjunção "e" liga dois termos independentes, "maçãs" e "bananas", estabelecendo uma relação de soma entre essas palavras.

Já no segundo exemplo, a conjunção "mas" liga as orações independentes (ou coordenadas) "queria sair" e "estava chovendo", estabelecendo uma relação de oposição entre elas.

Existem cinco tipos de conjunções coordenativas na língua portuguesa: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

Tipos Conjunções Exemplos
Aditivas

e, nem, assim como, além disso, e, nem, não só... mas também, não só... como também, e ainda, por um lado… por outro, tanto... como, bem como.

"Fui ao mercado e comprei frutas."
Adversativas mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante. "Estudei muito, mas não passei no exame."
Alternativas ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja, nem... nem. "Ou você estuda, ou não vai passar de ano."
Conclusivas

logo, portanto, por conseguinte, pois (quando vem após o verbo), assim, por isso.

"Estava muito cansado, portanto fui dormir cedo."
Explicativas porque, que, pois (quando vem antes do verbo), porquanto, por isso. "Não vá, porque vai chover."

Conjunções coordenativas

Conjunções coordenativas aditivas

Conjunções coordenativas aditivas servem para ligar dois termos ou duas orações com a mesma função sintática, indicando soma ou adição. São elas: e, nem, assim como, além disso, e, nem, não só... mas também, não só... como também, e ainda, por um lado… por outro, tanto... como, bem como.

Exemplos:

  • "Leonor virou-se e desmaiou."
  • "João não me agradeceu, nem deu bom dia."
  • "Gosto de ler livros mas também de assistir filmes."
  • "Nessas férias viajarei para a praia, bem como para a montanha."

Conjunções coordenativas adversativas

Conjunções coordenativas adversativas são aquelas que ligam dois termos ou orações com a mesma função, acrescentando-lhes ideia de contradição ou oposição. São elas: mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante.

Exemplos:

  • "Estava com fome, mas não tinha nada para comer."
  • "Tentei ligar para ele várias vezes, porém não obtive resposta."
  • "Ela estudou muito para a prova, entretanto não conseguiu tirar uma boa nota."
  • "Tereza disse que viria, todavia não apareceu."

Conjunções coordenativas alternativas

Conjunções coordenativas alternativas ligam dois termos ou orações de sentido diferente, indicando que, se um se cumprir, o outro não se cumpre, isto é, alternância ou escolha entre duas opções. São elas: ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja, nem... nem.

Exemplos:

  • "Ou você estuda para a prova, ou não conseguirá passar."
  • "Quer chova, quer faça sol, iremos ao parque."
  • "Ora ela está feliz, ora parece preocupada."
  • "Seja você, seja eu, alguém terá que tomar uma decisão."

Conjunções coordenativas conclusivas

Conjunções coordenativas conclusivas ligam uma oração à anterior, exprimindo conclusão, consequência. São elas: logo, portanto, por conseguinte, pois (quando vem após o verbo), assim, por isso.

Exemplos:

  • "Choveu muito, logo as ruas estão alagadas."
  • "O trânsito estava muito congestionado, portanto chegamos atrasados."
  • "Não havia mais ingressos disponíveis, por isso não pudemos assistir ao show."
  • "Ele não respondeu à mensagem, assim concluímos que não virá."

Conjunções coordenativas explicativas

As conjunções coordenativas explicativas ligam duas orações, a segunda justificando a ideia contida na primeira. São elas: porque, que, pois (quando vem antes do verbo), porquanto, por isso.

Exemplos:

  • "Não fui à escola porque estava doente."
  • "Venha logo, pois o filme já vai começar."
  • "Fale mais alto, que não estou ouvindo."
  • "Choveu muito, por isso as ruas estão alagadas."

Conjunções coordenativas e subordinativas

Conjunções coordenativas e subordinativas são termos gramaticais usados para conectar orações e estabelecer relações entre elas. No entanto, fazem isso de maneiras diferentes.

As conjunções coordenativas ligam orações ou termos que têm independência sintática, ou seja, cada oração ou termo pode existir separadamente e ainda fazer sentido. Portanto, não há uma relação de dependência entre as partes conectadas.

Exemplo:

"Ele estuda e trabalha."

No exemplo, as duas orações têm sentido completo sozinhas, sendo ligadas pela conjunção aditiva "e".

As conjunções subordinativas, por sua vez, ligam uma oração principal a uma oração subordinada, estabelecendo uma relação de dependência entre elas. A oração subordinada, chamada de oração subordinada, depende da oração principal para ter sentido completo.

Exemplo:

"É importante que você estude."

Neste contexto, "que" não tem um significado próprio, mas serve para ligar a oração subordinada ("que você estude") à oração principal ("É importante"), criando uma estrutura na qual a oração subordinada explica ou complementa a ideia apresentada na oração principal.

Exercícios

Leia o trecho a seguir para responder às questões 1, 2 e 3:

"Elise é uma mulher muito medrosa. Tem medo de aranha, medo de gente e até medo de árvore. Por isso vive sozinha e sozinha pretende ficar. Mas, quando menos espera, um aviãozinho de papel entra por uma janela, atrapalhando sua paz diária. No dia seguinte, certa visita bate em sua porta. E Elise não sabe o que fazer! Será que ela deve receber um estranho — e abrir um espaço como esse em sua vida? Ou deve ignorar e manter tudo da mesma forma? Nesta narrativa, fica claro como, às vezes, basta abrir uma porta para que grandes transformações aconteçam em nossas vidas."

1. Na passagem “Tem medo de aranha, medo de gente e até medo de árvore”, a conjunção coordenativa “e” indica:

a) a soma dos medos de Elise.

b) o contraste entre os medos de Elise.

c) a justificativa para os medos de Elise.

d) a negação dos medos de Elise.

2. No período “Por isso vive sozinha e sozinha pretende ficar.”, a conjunção coordenativa grifada introduz

a) uma condição

b) uma conclusão

c) uma explicação

d) uma adição

3. Identifique a frase em que a conjunção destacada é coordenativa adversativa.

a) “Mas, quando menos espera, um aviãozinho de papel entra por uma janela”

b) “e abrir um espaço como esse em sua vida?”

c) “basta abrir uma porta para que grandes transformações aconteçam em nossas vidas.”

d) "No dia seguinte, certa visita bate em sua porta."

Respostas: 1 a), 2 b), 3a)

Bibliografia:

  • ABAURRE, Maria Luiza M. Gramática do texto: análise e construção de sentido. São Paulo: Moderna, 2010.
  • CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Lisboa: Edições Sá da Costa, 1991.

Veja também:

Igor Alves
Igor Alves
Educador desde 2009, professor de Língua Portuguesa licenciado pela Universidade Federal do Pará. Criador de conteúdos online desde 2021.
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