Deuses Romanos

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A mitologia romana é o estudo do conjunto das lendas da Roma Antiga, usado para explicar a formação do mundo, fenômenos naturais e as emoções humanas.

Com raízes que mergulham no século VIII a.C., floresceu por mais de mil anos na península itálica, adaptando-se e incorporando elementos de outras culturas, como a etrusca, egípcia, fenícia, frígia e, principalmente, a grega.

Detalhe de estátua de Netuno
Detalhe da estátua de Netuno (Bartolomeo Ammannati, 1560-1565), divindade romana, em Florença, Itália.

Principais deuses romanos

A mitologia romana foi profundamente influenciada pela mitologia grega. Com o tempo, os romanos adaptaram muitos dos deuses gregos à sua própria cultura, dando-lhes nomes diferentes.

Listamos a seguir os deuses romanos mais importantes, apresentando também as suas correspondências na mitologia grega:

Deuses Romanos Nome Grego Atribuições
Júpiter Zeus O rei dos deuses, pai de muitos deuses e heróis.
Juno Hera Rainha dos deuses e esposa de Júpiter, protetora do casamento e da família.
Netuno Poseidon Deus dos mares e oceanos. Controlava as tempestades e era responsável pela segurança dos navegadores.
Vênus Afrodite Deusa do amor, da beleza e da fertilidade.
Marte Ares Deus da guerra, representava a força e a bravura, mas também a violência e a destruição.
Minerva Atena Deusa da sabedoria, das artes e da guerra estratégica.
Mercúrio Hermes Mensageiro dos deuses, deus do comércio e dos ladrões. Era conhecido por sua rapidez e astúcia.
Ceres Deméter Deusa da agricultura, das colheitas e da fertilidade.
Febo Apolo Deus da luz, do Sol, da música e da poesia. Era patrono das artes e símbolo da beleza masculina.
Diana Ártemis Deusa da caça, da lua e da natureza selvagem. Era conhecida por sua independência e força.
Vulcano Hefesto Deus do fogo, da metalurgia e dos ferreiros.
Vesta Héstia Deusa do lar, da família e do fogo sagrado.
Plutão Hades Deus do submundo, da morte.
Baco Dionísio Deus do vinho, da festa e da loucura.
Cupido Eros Deus do amor e do desejo, filho de Vênus.
Quirino Jano Deus do Estado romano.

Embora as divindades possam compartilhar semelhanças em termos de atributos ou responsabilidades, muitas vezes há nuances e distinções entre as versões romanas e gregas.

Atena, por exemplo, na mitologia grega é vista como a deusa da sabedoria, da guerra justa e da estratégia militar. Minerva, por sua vez, sua contraparte romana, é associada principalmente à sabedoria e ao artesanato.

Religião Romana

A religião romana não era estática, mas sim um sistema em constante evolução, absorvendo e adaptando crenças e práticas de outras culturas, especialmente da Grécia. A influência etrusca também se fez presente, especialmente na prática da adivinhação e na organização sacerdotal.

Permeava todos os aspectos da vida romana, desde a esfera privada até a pública. Influenciava a política, a lei, a educação, a família e as atividades cotidianas. Os romanos acreditavam que os deuses estavam presentes em todos os lugares e que era necessário manter um bom relacionamento com eles para garantir prosperidade e segurança.

Era altamente ritualística, com cerimônias e ritos sendo realizados em várias ocasiões e locais, tanto públicos quanto privados. Os romanos acreditavam que era essencial manter uma boa relação com os deuses para garantir o bem-estar da comunidade e do Estado. Isso envolvia oferendas, orações, festivais e sacrifícios realizados por sacerdotes e por indivíduos.

Templo de Saturno
Ruínas do templo de Saturno em Roma, Itália.

Númen, Pax Deorum e Tríade Capitalina

Para os romanos, o mundo estava impregnado de uma força divina, o númen, presente em todas as coisas. Essa crença os levava a buscar a harmonia com os deuses através do Pax Deorum ("paz dos deuses"), um pacto que envolvia rituais, sacrifícios e oferendas.

No centro do panteão romano encontramos a tríade capitolina: Júpiter, o poderoso rei dos deuses, Marte, o deus da guerra, e Quirino, o deus do estado romano.

Declínio e Legado

Com o advento do Cristianismo no século IV d.C., a religião romana entrou em declínio gradual. O Cristianismo, com sua mensagem de fé única e universal, atraiu cada vez mais adeptos, enquanto a antiga religião romana foi paulatinamente abandonada.

Apesar de seu declínio, a religião romana deixou um legado na cultura ocidental. Influenciou a arte, a literatura, a filosofia e o direito, moldando a civilização ocidental de maneiras ainda hoje perceptíveis.

Mito da fundação de Roma

Estátua da loba capitolina amamentando Rômulo e Remo
Estátua da loba capitolina amamentando os gêmeos Rômulo e Remo em Roma, Itália.

O mito da fundação de Roma é narrado na lenda de Rômulo e Remo, irmãos gêmeos descendentes do deus Marte e da princesa Reia Sílvia, que foram abandonados às margens do Tibre por ordem de Amulio, rei de Alba Longa e tio dos irmãos, que desejava usurpar o trono.

Milagrosamente, uma loba capitolina os amamentou e cuidou até serem encontrados e criados por um pastor. Crescidos, os irmãos decidiram fundar uma cidade. Rômulo desejava chamá-la Roma no Palatino, enquanto Remo preferia Remora no Aventino. Consultaram os auspícios, que indicaram o Palatino. Inconformado, Remo zombou da muralha que Rômulo construía, sendo morto por ele.

Rômulo fundou Roma no Palatino em 753 a.C., tornando-se seu primeiro rei. Governou por 38 anos, estabelecendo as bases da futura potência romana.

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