Erotismo

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Erotismo é um substantivo masculino que expressa o caráter ou tendência do que é erótico. Também pode significar uma representação explícita da sexualidade, podendo ser relacionado com o amor lascivo.

O erotismo é uma manifestação da sexualidade, cujas características variam segundo a sociedade que se tome como modelo.

Embora definido num primeiro instante como "paixão de amor", é necessário salientar o seu caráter revalorizador das formas próprias da sexualidade, tanto na vida pessoal e social como nas manifestações culturais.

A reflexão sobre o erotismo, forma privilegiada das relações interpessoais, nasce com a civilização.

Já em Platão está presente um dos aspectos mais fecundos da reflexão erótica: a função libertadora de eros. Trata-se de um problema que foi retomado pela psicanálise ao descrever o seu aspecto libertador para o indivíduo (Freud) e para a sociedade (Jung e Reich), bem como para ressaltar o seu caráter de confronto com o sistema (Marcuse, Bataille).

Outro dos aspectos mais relevantes pelo discurso em torno do erotismo foi a intenção de delimitar o conceito, diferenciando-o dos outros, como pornografia e obscenidade.

O seu caráter de elaboração cultural e o importante papel que a imaginação desempenhou em todas as épocas na elaboração de códigos eróticos, levaram a assinalar que a diferença com a pornografia reside mais no interesse deliberado desta por suscitar a excitação, na função especificamente criativa do erotismo.

Por esse motivo, o erotismo tem sido fonte de inspiração constante na literatura e nas artes.

Erotismo e arte

As primeiras representações artísticas de clara intenção erótica foram realizadas pelos Gregos e Romanos. Aparecem na ornamentação de vasos de cerâmica, em pinturas murais, como nos frescos da Villa dos Mistérios em Pompeia (Museu Secreto de Nápoles) e nas esculturas inspiradas em cenas mitológicas de jogo amoroso.

Durante a Idade Média, este tipo de representações se inscreveu com frequência na estrutura geral dos edifícios civis e religiosos, esculpidos em mísulas, capitéis e gárgulas.

Paralelamente (séculos X-XIII), a arte hindu desenvolveu uma forma de ornamentação escultórica de caráter religioso centrado no tema do maithuna, ou casal de deuses realizando o ato sexual em diversas posições, símbolo da união da alma com a divindade.

A introdução da perspectiva na pintura e na escultura facilitou, a partir do Renascentismo, o diálogo erótico entre o espectador e a obra.

A partir do século XX o erotismo adquiriu uma autêntica definição como tema independente, através da obra de A. Beardsley, G. Klimt, H. Matisse e Picasso, entre outros.

Erotismo e literatura

Ao analisar as diversas obras que têm como tema central ou se inspiram no erotismo, é preciso distinguir as de ficção poética ou narrativa e as que possuem um sentido gnômico ou didático. A esta última categoria pertence o Kama Sutra, por exemplo.

O Cântico dos Cânticos (ou Cantares de Salomão), livro da Bíblia, está repleto de uma profunda dimensão erótica.

A poesia erótica encontrou no mundo romano uma nova dimensão ao incorporar elementos da linguagem da linguagem coloquial que facilitaram a expressão da sensualidade.

Durante a Idade Média, o gênero evoluiu para uma liberdade cada vez maior (sobretudo na poesia dos goliardos). Ao mesmo tempo, surgia quase contemporaneamente a poesia do amor cortês.

Nele, a inspiração erótica acontece de uma forma altamente sublimada e codificada segundo certas regras, fiel reflexo da sociedade feudal e cavalheiresca na qual se desenvolve.

No Renascentismo e no barroco a poesia erótica atinge o seu último momento de esplendor, pois nos séculos seguintes perdeu a sua especificidade como gênero distinto da poesia amorosa.

Nos séculos XIX e XX o gênero é cultivado por um extraordinário número de escritores que mostra uma vitalidade que outros tipos de narrativa não têm tido. Nesses dois séculos, alguns dos autores mais famosos desse gênero foram: Alfred de Musset, George Sand, Oscar Wilde, H. Miller, F. Trigo, G. Bataille, entre outros.

Erotismo e cinema

O erotismo se encontra no cinema desde a origem como elemento poderoso de atração de massas em virtude do grande realismo e sugestão das imagens animadas.

O primeiro filme do gênero que a história registra, The May Irving-John C. Rice Kiss, foi dirigido por Edmundo Kuhn, nos Estados Unidos, em 1896. No mesmo ano e na Europa, o francês Eugène Pirou rodou Le Coucher de la Mariée, para a Méliès-Pathé.

A história do erotismo no cinema se encontra ligada à evolução do star-system, de onde surgiram as famosas vamps.

Veja também: Fetiche e Lascívia.

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