Evolução Humana: o que é, origem e etapas
Evolução humana é uma teoria que indica que o processo evolucionário se iniciou com as primeiras formas de vida até atingir o estágio atual do desenvolvimento humano, o Homo sapiens sapiens.
A biologia estima que a vida na Terra tenha surgido há 3,8 bilhões de anos na forma de organismos unicelulares procariontes. Milhões de anos depois, com as mudanças relacionadas ao oxigênio e a evolução da fotossíntese, surgiram os primeiros seres eucariontes (com células complexas contendo organelas).
As mutações continuaram ao longo do tempo. Cerca de 530 milhões de anos atrás, surgiram os primeiros peixes, há 340 milhões de anos, os anfíbios, em seguida, os répteis, há 310 milhões de anos, e os mamíferos (cerca de 100 milhões de anos atrás). Finalmente, os primeiros mamíferos primatas na Terra deram origem aos hominídeos.
É importante esclarecer que o significado de “hominídeo” foi revisto diversas vezes ao longo do tempo. Por esse motivo, ainda é muito comum que o termo seja usado para referir-se exclusivamente aos humanos (gênero Homo), embora englobe também os chimpanzés, bonobos, gorilas e orangotangos.
Essas quatro espécies, também conhecidas como Símios Superiores, tiveram um ancestral em comum há 14 milhões de anos. Com o passar do tempo, subdividiram-se em espécies diferentes conforme os atributos físicos divergiam com novas mutações.
Eventualmente, os primatas deram origem às primeiras formas de vida humana, cerca de 3,5 milhões de anos atrás.
Etapas da evolução humana
No estudo da evolução humana, é importante atentarmos ao fato de que o aparecimento de uma nova espécie não implica na extinção imediata da outra. A linha do tempo acima mostra que as espécies menos evoluídas coabitaram com seus sucessores por milhares de anos, até sua eventual extinção.
Australopitecos
A ciência acreditava que esta espécie se tratava, na verdade, de um ancestral próximo dos humanos. Essa classificação foi questionada após a descoberta de fósseis australopitecos mais antigos e com características muito similares aos membros do gênero Homo.
Hoje em dia, apesar de não existir consenso, as similaridades com os humanos mantêm os Australopitecos intimamente relacionada ao início da vida humana na Terra.
Os Australopitecos eram seres bípedes de baixa estatura (não ultrapassavam 1,4 metros) e possuíam o corpo coberto de pelos. Seus representantes viviam em zonas tropicais da África, alimentando-se de frutas e folhas, e foi o primeiro grupo a utilizar o polegar opositor para segurar e manusear instrumentos.
O termo "australopiteco" é originário do latim australis, que significa "sulista" e do grego pithekos, que significa "primata".
Homo habilis
Do latim “homem hábil”, a espécie viveu na Terra há cerca de 2,4 e 1,6 milhões de anos. Em termos físicos, é o membro do gênero Homo mais diferente dos humanos atuais. Os Homo habilis receberam esse nome por serem os primeiros hominídeos a utilizar as mãos para fabricar instrumentos rudimentares feitos de pedra. Seus cérebros eram 50% maiores do que os dos Australopitecos e tinham estatura média de 1,3 metros.
Homo erectus
Com as mãos destinadas ao manuseio de instrumentos, os Homo habilis aprenderam a equilibrar-se sobre as duas pernas e, com o tempo, deram origem ao Homo erectus. Estima-se que a espécie tenha vivido entre 2 milhões a 400 mil anos atrás.
Os Homo erectus foram os primeiros a controlarem o fogo. Além de contribuir para a sobrevivência na vida noturna, a descoberta trouxe drásticas mudanças na alimentação e nos costumes da espécie, possibilitando, especialmente, a migração para lugares mais frios. Por esse motivo, os Homo erectus foram os primeiros a saírem da África e espalharem-se pelo mundo, cerca de 1,8 milhões de anos atrás.
Homo neanderthalensis
Mais conhecido como Homem de Neandertal, é considerado o parente mais recente dos seres humanos modernos. Viveram na Europa e na Ásia entre 2,5 milhões e 12 mil anos atrás. Apesar de possuírem estatura menor do que os humanos atuais, os neandertais tinham a constituição física muito mais forte e resistente que, somada ao domínio de armas e do fogo, fez deles exímios caçadores.
Como viviam em regiões mais frias, os neandertais aprenderam a confeccionar roupas para manter-se aquecidos. Além disso, acredita-se que o frio tenha ligação direta com o sentimento de socialização desenvolvido pelos neandertais, que passavam muito tempo reunidos ao redor de fogueiras ou em cavernas.
Os neandertais são considerados os membros mais carnívoros do gênero Homo. Essa característica também contribuiu para sua eventual extinção, tendo em vista que, quando as mudanças climáticas eliminaram a maioria dos animais caçados por eles, os neandertais não conseguiram se alimentar.
Homo sapiens
Do latim "homem sábio", é o membro do gênero Homo com o "cérebro mais desenvolvido", apesar de os Homo neanderthalensis terem um cérebro ligeiramente maior. Estima-se que os primeiro Homo sapiens tenham surgido cerca de 300 mil anos atrás.
Com a capacidade de raciocínio apurada, os Homo sapiens conseguiram interpretar o ambiente ao seu redor, solucionar problemas e prosseguir no processo de adaptação até os dias atuais.
A ciência classifica o ser humano moderno como Homo sapiens sapiens, que significa "homem que sabe que sabe". Isso significa que o ser humano atual desenvolveu a consciência dos seus conhecimentos e aprendeu a usá-los na busca de novos.
Teorias da evolução humana
Em oposição ao Criacionismo, teoria que explica a origem humana por meio de uma entidade divina, a teoria evolucionista baseia-se fortemente nos estudos desenvolvidos por Charles Darwin.
O Darwinismo, como também é conhecida a teoria evolucionista, acredita que o ser humano, assim como outras espécies, evoluiu gradativamente ao longo do tempo. A evolução ocorre, então, segundo a capacidade do organismo mais bem-adaptado de passar por situações ambientais variadas e transmitir estas características vantajosas aos seus descendentes.
Bibliografia:
- DARWIN, Charles. A Origem das Espécies. Lisboa: Editora Verbo, 2011.
- LEVY, André et al. Homem: Origem e Evolução. Coimbra: Almedina, 2015.