Exercício sobre o Romantismo (com gabarito explicado)
Confira a seguir cinco questões explicadas sobre o Romantismo. Treine seus conhecimentos e continue estudando.
Questão 1
O Romantismo surgiu no final do século XVIII e se desenvolveu no século XIX, sendo influenciado por eventos históricos marcantes. Pode-se associar diretamente ao surgimento do movimento os seguintes eventos:
a) A Revolução Industrial e a ascensão da burguesia.
b) O declínio do feudalismo e a consciência social.
c) A Revolução Francesa e a valorização do indivíduo.
d) A unificação da Itália e a distrubição dos direitos.
e) A Revolução de 1930 e a crise do Estado Novo brasileiro.
O Romantismo surgiu em um contexto de grandes mudanças políticas e sociais, como a Revolução Francesa (1789), que difundiu ideias de liberdade, igualdade e fraternidade. O movimento romântico enfatizava a subjetividade, o individualismo e a emoção, em oposição ao racionalismo iluminista.
Questão 2
Leia um trecho de "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias.
"Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá."
Sobre o poema, é correto afirmar que:
a) retrata a visão idealizada da pátria.
b) utiliza uma linguagem rebuscada e impessoal.
c) demonstra uma abordagem crítica da nação.
d) exalta a industrialização e o progresso urbano.
e) é um poema nacionalista e de teor realista.
"Canção do Exílio" é um dos poemas mais emblemáticos do nacionalismo romântico, apresentando uma idealização da natureza brasileira e um tom nostálgico. No Romantismo, a pátria é vista como um paraíso perdido, numa forma de realizar um resgate da natureza do homem.
Questão 3
Leia o excerto de "Viagens na Minha Terra", de Almeida Garrett.
"O vale de Santarém é um destes lugares privilegiados pela natureza, sítios amenos e deleitosos em que as plantas, o ar, a situação, tudo está numa harmonia suavíssima e perfeita: não há ali nada de grandioso nem sublime, mas há uma como simetria de cores, de sons, de disposição em tudo quanto se vê e sente, que não parece senão que a paz, a saúde, o sossego do espírito e o repouso do coração devem viver ali, reina ali um reinado de amor e benevolência. As paixões más, os pensamentos mesquinhos, os pesares e as vilezas da vida não podem senão fugir para longe. Imagina-se por aqui o Éden que o primeiro homem habitou com a sua inocência e com a virgindade do seu coração."
Garret, Almeida. Viagens na minha terra. São Paulo: Ateliê Editorial, 2012, p.114.
Com base nesse trecho e na linguagem do Romantismo, assinale a alternativa correta.
a) O autor descreve a paisagem com objetividade e precisão científica, destacando suas características geográficas.
b) O texto apresenta uma visão idealizada da natureza, utilizando metáforas e um tom subjetivo.
c) A descrição do vale de Santarém segue um rigor documental, sem interferências emocionais do narrador.
d) Há um uso predominante de linguagem direta e racional, sem figuras de linguagem.
e) O trecho demonstra a influência do Realismo, valorizando a descrição detalhada da realidade com imparcialidade.
O Romantismo frequentemente idealiza a natureza, atribuindo a ela características que refletem estados emocionais e valores subjetivos. No trecho, Almeida Garrett descreve o vale de Santarém como um lugar quase paradisíaco, onde não há espaço para sentimentos negativos.
A linguagem subjetiva e emotiva aparece no uso de expressões como "harmonia suavíssima e perfeita", "reinado de amor e benevolência", e na comparação com o Éden bíblico, evidenciando o escapismo romântico. Além disso, o autor utiliza figuras de linguagem, como metáforas e personificações, reforçando a visão idealizada do espaço.
Questão 4
No contexto do Romantismo, especialmente em sua segunda geração, o conceito de spleen passa a ser trabalhado na literatura. Esse termo, de origem inglesa e popularizado pelo poeta francês Charles Baudelaire, refere-se a:
a) um sentimento de intensa euforia e exaltação diante da natureza e do amor.
b) o nacionalismo exacerbado e a idealização da pátria, características do Romantismo brasileiro.
c) a angústia existencial, o tédio profundo e a insatisfação constante diante da vida.
d) a crença no progresso humano e na racionalidade científica, características iluministas.
e) o desejo de aventura e a busca pelo heroísmo, comuns nos romances indianistas.
O termo spleen, frequentemente associado ao poeta Charles Baudelaire e à sua obra "As Flores do Mal", descreve um estado de melancolia profunda, tédio e desilusão com o mundo. No Romantismo, esse sentimento se manifesta principalmente na segunda geração romântica (também chamada de "ultrarromântica"), marcada por autores como Álvares de Azevedo, no Brasil, e Lord Byron, na Inglaterra.
Os poetas dessa geração exploravam temas como morte, pessimismo, solidão e o desejo de fuga da realidade, refletindo o que ficou conhecido como o "Mal do Século", uma espécie de angústia existencial típica da juventude romântica.
Questão 5
A terceira geração do Romantismo no Brasil, também chamada de "Geração Condoreira", destacou-se por apresentar características marcantes que a diferenciam das gerações anteriores. Dentre elas, é válido citar a(o):
a) valorização da idealização amorosa e do nacionalismo ingênuo, com forte influência do medievalismo.
b) predominância do pessimismo, da melancolia e da temática da morte, refletindo o espírito ultrarromântico.
c) uso de uma linguagem grandiosa e engajada, com forte defesa da liberdade e da justiça social.
d) rejeição da poesia como instrumento de transformação social, priorizando o escapismo e o subjetivismo.
e) enfoque na exaltação da natureza e na idealização do indígena como herói nacional, sem preocupação social.
A terceira geração romântica no Brasil, conhecida como "Geração Condoreira", foi marcada por um tom oratório, grandioso e engajado. Inspirada no poeta francês Victor Hugo, essa fase do Romantismo teve um forte compromisso social, abordando temas como abolição da escravidão, liberdade e justiça.
Seu principal representante foi Castro Alves, conhecido como o "Poeta dos Escravos", autor de obras como "Navio Negreiro" e "Vozes d’África", nas quais denunciava a exploração e a violência contra os negros escravizados. A poesia dessa geração usava metáforas grandiosas, como a figura do condor, símbolo de liberdade e elevação espiritual.
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