Fauvismo
O Fauvismo foi um movimento artístico que despontou na França, durante a primeira década do século XX. Uma das primeiras vanguardas europeias, vigorou apenas entre 1905 e 1907, mas deixou influências profundas no panorama artístico e nos movimentos que se seguiram.
Existem algumas teorias acerca da sua designação, mas a mais popular é que terá partido do crítico de arte Louis de Vauxcelles.
Quando foi visitar a exposição coletiva que inaugurou o movimento, terá apelidado os artistas de fauves, uma palavra francesa que significa “feras” ou “animais selvagens”.
Trazendo uma rutura evidente com as convenções tradicionais, o Fauvismo provocou escândalo na época e seus artistas foram ridicularizados e ostracizados. Mesmo assim, eles mantiveram suas convicções e continuaram a desenvolver seus trabalhos.
Henri Matisse é apontado como o maior representante do movimento, que foi fortemente influenciado pelas obras de outros criadores de renome como Vincent van Gogh e Paul Gauguin.
O que vai encontrar:
Resumo sobre o Fauvismo
| Tópico | Informações |
|---|---|
| Período | 1905 - 1907 |
| Origem | França |
| Nomeação | Atribuída pelo crítico Louis de Vauxcelles, que chamou os artistas de "fauves" (feras) após visitar uma exposição coletiva em 1905. |
| Características Principais |
|
| Principal Artista | Henri Matisse (1869 - 1954) |
| Outros Artistas Importantes |
|
| Obras de Destaque |
|
| Influências Artísticas | Vincent van Gogh, Paul Gauguin |
| Fauvismo no Brasil | Pouco impacto direto; influenciou indiretamente a Semana de Arte Moderna de 1922 e artistas como Anita Malfatti, que adotou o uso expressivo das cores. |
| Origem e Contexto Histórico | Consolidou-se em 1905 com a exposição coletiva no Salão de Outono, em Paris. Influências da industrialização, fotografia colorida e cinema. Preferência por temas positivos, sem crítica social e política. |
Características do Fauvismo
Confira algumas das principais características e técnicas do movimento:
-
Cores fortes e vibrantes: muitas vezes, eram aplicadas sem mistura ou diluição.
-
Uso das cores para transmitir emoções: a cor não estava mais ligada à reprodução da realidade, como acontecia no naturalismo; aqui, servia como um modo de exprimir emoções e estados de alma.
-
Distorção das formas: sem preocupação em ser fiel aos objetos do mundo real, as formas eram simplificadas ou distorcidas, dando mais foco às cores utilizadas.
-
Liberdade e espontaneidade: com pinceladas fortes e rápidas, os fauvistas valorizavam a expressividade individual, quebrando os cânones e promovendo formas livres de ver e retratar o mundo.
-
Ausência de sombras realistas: ao representar volume e profundidade por meio de cores planas, estes artistas rejeitaram o uso de luzes e sombras que fazia parte da tradição ocidental.
-
Temáticas leves: ao contrário de outras vanguardas, o Fauvismo não tem um cariz de crítica sociopolítica; os temas estão habitualmente relacionados com emoções positivas como a alegria e o entusiasmo.
-
Influência do primitivismo: estes artistas buscaram inspiração fora da arte europeia, conjugando elementos orientais e africanos nas suas obras.
Principais obras e artistas do movimento
O Fauvismo não se apresentou como uma corrente consolidada, com um manifesto ou normas definidas que precisavam ser cumpridas. Foi a crítica e o público que acabaram por defini-lo dessa forma, após terem contato com suas obras. No entanto, alguns nomes e telas tornaram-se essenciais para conhecer o estilo:
Henri Matisse (1869 - 1954)
Um artista multifacetado, o francês é considerado o líder e expoente máximo do Fauvismo. Embora só tenha começado a pintar aos 21 anos, tornou-se influente e inovador, sobretudo pelo modo como colocou as cores em primeiro plano, nas suas telas: não eram algo acessório ou complementar, eram o principal foco.
O quadro Retrato de Madame Matisse ou A Linha Verde é apontado como uma das obras inaugurais do Fauvismo. Retratando a sua esposa com blocos de cores vibrantes, a tela dividiu opiniões na época, mas acabou se tornando uma obra essencial.
André Derain (1880 - 1954)
O artista francês foi um autodidata e o outro nome importante do Fauvismo. Quando visitou uma exposição de Van Gogh foi influenciado pelo seu uso das cores, algo que explorou mais tarde, ao conhecer Matisse e trabalhar com ele. Eventualmente, ele acabou por se juntar ao Cubismo.
As obras desta época são lembradas pela harmonia e pelo uso de cores quentes, algo que podemos ver em A Ponte de Charing Cross, onde retrata a cidade de Londres.
Georges Braque (1882 - 1963)
Antes de se tornar um dos fundadores do movimento cubista, o pintor e escultor francês integrou o Fauvismo após visitar a exposição coletiva de 1905. Entre suas obras fauvistas, destacamos Paisagem perto de Antuérpia (1906), onde retrata o lugar no qual passava as férias.
Albert Marquet (1875 - 1947)
Mesmo com uma passagem breve pelo movimento, Marquet foi um dos artistas mais proeminentes do Fauvismo. Amigo de Matisse, foi um dos integrantes da exposição de 1905. Suas obras, no entanto, usavam cores mais suaves e contidas. Um dos exemplos mais marcantes é a obra O Porto de Hamburgo.
Fauvismo no Brasil
O Fauvismo não teve o mesmo impacto no Brasil que outras vanguardas como o Expressionismo. No entanto, algumas de suas ideias ecoaram durante a Semana de Arte Moderna de 1922, como a busca de um fazer artístico mais livre e a rejeição das tradições que vigoravam.
Uma das artistas que assimilou algumas de suas características foi Anita Malfatti, sobretudo o uso das cores de forma expressiva, capaz de transmitir emoções.
Origem e contexto histórico do Fauvismo
Embora tenha começado antes (por volta de 1901), o Fauvismo consolidou-se como movimento em 1905, com a exposição coletiva no Salão de Outono, em Paris.
Inicialmente, o grupo era formado por Henri Matisse, Albert Marquet, Henri Charles Manguin e Charles Camoin. Mais tarde, contou com outros membros como Georges Braque.
Neste período, a arte a cultura tinham passado por grandes transformações, como o surgimento das fotografias coloridas e do cinema, que influenciaram e ampliaram as formas de representar a realidade.
Além disso, a industrialização e as agitações políticas e sociais traziam um espírito de inquietação que acabou se refletindo na própria cultura. No entanto, ao contrário de outras vanguardas, estes artistas evitaram temas pesados e disfóricos, além da crítica social, preferindo temáticas mais positivas.
Para visualizar e memorizar as principais informações, confira também nosso mapa mental sobre o Fauvismo:
Veja também:
