32 frases em latim e seus significados
1. Carpe diem
Tradução: Aproveite o dia.
Essa frase, escrita pelo poeta romano Horácio (65-8 a.C.), transmite a mensagem de que se deve aproveitar o presente, o hoje, independente do que virá amanhã. A expressão costuma ser adotada por pessoas que seguem uma filosofia de vida centrada no gozo do presente.
A frase completa, tal como foi usada por Horácio, é a seguinte: Carpe diem, quam minimum credula postero (“Aproveite o dia de hoje e confie o mínimo possível no amanhã”).
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2. Carpe noctem
Tradução: Aproveite a noite.
Carpe noctem significa “aproveite a noite” ou “boa noite”. A frase pode ser usada por quem quer desejar a outra pessoa uma boa noite de sono ou por quem é adepto dos prazeres noturnos.
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3. Frui vita
Tradução: Aproveite a vida.
O verbo “fruir” (desfrutar, aproveitar) manteve o mesmo sentido na língua portuguesa. Se quiser utilizar a frase como um conselho a alguém, pode dizer: Frui vita tua (“Aproveite a sua vida”).
4. Non videmus manticae quod in tergo est
Tradução: Não podemos ver a carga que carregamos nas costas.
Essa frase foi cunhada pelo poeta romano Caio Valério Catulo (84-54 a.C.), integrante de um grupo de jovens poetas do final do período republicano. Nesse verso, Catulo faz uma advertência: todo mundo tem falhas, mas temos dificuldade de reconhecê-las quando essas falhas são nossas.
5. Hoc non pereo habebo fortior me
Tradução: O que não me mata me fortalece.
Essa mensagem latina de superação é uma das favoritas na hora de escolher uma tatuagem. A ideia é que, se as dificuldades, os problemas e as provações não são o suficiente para dar um fim à vida, então acabam por fortalecê-la.
6. Corvus oculum corvi non eruit
Tradução: Um corvo não arranca o olho de outro corvo.
Esse ditado transmite a seguinte mensagem: duas pessoas não se prejudicam enquanto for conveniente para ambas.
Não podemos ignorar o simbolismo do corvo, ave geralmente associada à morte e ao mau agouro. Portanto, os corvos do ditado podem ser vistos como pessoas de má índole, que estão unidas por interesse e só não se prejudicam porque essa aliança ainda é útil.
7. Auribus teneo lupum
Tradução: Segurar um lobo pelas orelhas.
Esse provérbio é bastante antigo e pode ser encontrado nos escritos do dramaturgo romano Terêncio (185-159 a.C.). Trata-se de um ditado usado para definir uma situação extremamente problemática e para a qual aparentemente não há uma solução favorável. Segurar um lobo pelas orelhas impõe um dilema cruel: ao mesmo tempo em que é impossível continuar segurando a fera, também é impossível soltá-la com segurança.
De acordo com o escritor latino Suetônio (69-141 d.C.), essa expressão era muito utilizada pelo imperador Tibério (42 a.C.-37 d.C.). O terceiro presidente dos Estados Unidos, Thomas Jefferson (1743-1826), costumava empregá-la em suas cartas.
8. Veni, vidi, vici
Tradução: Vim, vi, venci.
Essa frase é atribuída pelo historiador Plutarco (46-120 d.C.) ao líder político Júlio César (100-44 a.C.). Após vitória na batalha contra o exército do Reino do Ponto, em 47 a.C., César teria escrito uma carta ao Senado romano dizendo: “Vim, vi, venci”.
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9. Veritas lux mea
Tradução: A verdade é minha luz.
Existem muitas frases e provérbios em latim com a palavra veritas (verdade), sinal de que os romanos davam muito valor para esse conceito. A expressão lida com a simbologia da palavra “luz”, geralmente associada ao conhecimento, à vida e à felicidade.
Em muitos trechos da Bíblia, o termo “luz” é usado como metáfora da lei ou da palavra de Deus. Por exemplo: “A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho” (Salmos 119:105).
Assim, afirmar que “A verdade é minha luz” significa dizer que a verdade é o que ilumina as minhas ações, clareando meus passos e mostrando os melhores caminhos.
10. In vino veritas
Tradução: No vinho está a verdade.
Mais um provérbio latino com a palavra veritas (verdade). Só que, desta vez, ela vem acompanhada de um parceiro pouco usual: o vinho. O que está por trás dessa expressão é a ideia de que o vinho tira a inibição, revelando a verdade reprimida quando a pessoa está sóbria.
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11. Amat victoria curam
Tradução: A vitória ama a cautela.
Essa frase, que recomenda prudência, consta do poema "Carmen LXII", do poeta romano Caio Valério Catulo (84-54 a.C.). Esse também era o lema do imperador Matias (1557-1619), que governou o Sacro Império Romano-Germânico entre 1612 e 1619.
12. Amor vincit omnia
Tradução: O amor tudo supera (ou vence).
Na "Écloga X", verso 69, o poeta romano Virgílio (70-19 a.C.) escreveu: Omnia vincit amor. Amor vincit omnia é uma variante da frase do poeta, com a ordem das palavras trocadas, mas o sentido é o mesmo. Essa frase é para quem acredita nos poderes do amor.
13. Vincit omnia veritas
Tradução: A verdade vence tudo.
Esse provérbio romano tem origem na seguinte frase do filósofo e orador Cícero (106-43 a.C.): In omni re vincit imitationem veritas (“A verdade supera o fingimento em qualquer circunstância”). A expressão mostra, mais uma vez, o grande apreço que os romanos tinham pela verdade.
Ver também omnia vincit.
14. Utilius tarde quam nunquam
Tradução: Antes tarde do que nunca.
O português, como língua neolatina, herdou muitos provérbios do idioma falado em Roma. “Antes tarde do que nunca” é um exemplo disso. A ideia da frase é que é melhor fazer algo agora, tomar logo uma atitude, mesmo que seja tarde, do que nunca fazê-lo.
15. Industriam adjuvat Deus
Tradução: Deus ajuda quem trabalha.
Outro provérbio bastante utilizado hoje em dia que tem origem no latim é “Deus ajuda quem trabalha”. A mensagem é bem clara: nada cai do céu; se quiser conquistar seus objetivos, é preciso correr atrás.
16. Absolvere nocentem satius est, quam condemnare inocentem
Tradução: Antes mil vezes absolver o culpado do que uma só vez condenar o inocente.
Na justiça, o ideal é sempre condenar o culpado e absolver o réu inocente. Porém, nós, seres humanos, somos falíveis. E muitas vezes a justiça erra. Diante disso, é preferível absolver o culpado a condenar alguém injustamente.
Essa frase em latim, usada no âmbito do direito, exprime o princípio da presunção da inocência. Ela deriva da seguinte frase do jurista romano Ulpiano (150-223 d.C.): Satius est, impunitum relinqui facinus nocentes, quam innocentem damnari (“É preferível deixar impune o delito de um culpado do que condenar um inocente”).
17. Paulatim deambulando, longum conficitur ite
Tradução: Devagar se vai ao longe.
De autoria desconhecida, essa frase de origem latina é, atualmente, um dos provérbios mais populares no Brasil. A frase recomenda calma, cautela. Afinal, “a pressa é inimiga da perfeição”.
18. Ut sementem feceris, ita metes
Tradução: Cada um colhe o que planta.
Essa frase bastante antiga foi usada pelo filósofo e orador Cícero (106-43 a.C.) em seu discurso sobre retórica intitulado Do Orador, escrito no ano 46 a.C.
“Plantar” é metáfora das nossas ações, sejam elas quais forem. A ideia por trás da frase é que a vida é guiada por uma lei de causa e efeito, semelhante ao carma de algumas religiões. Se a “colheita” é boa ou má, isso não se deu de forma gratuita: é tão somente fruto das nossas ações.
19. Oculum pro oculo, dentem pro dente
Tradução: Olho por olho, dente por dente.
A expressão “olho por olho, dente por dente” remonta à chamada Lei de Talião, baseada no princípio da reciprocidade entre o crime e a pena. Essa lei é bastante antiga e serviu de inspiração para um dos primeiros conjuntos de leis já escritos, o Código de Hamurabi, elaborado na Babilônia no século XVIII a.C.
20. Si hortum in bibliotheca habes deerit nihil
Tradução: Se tens um jardim e uma biblioteca, nada lhe faltará.
Essa frase foi escrita numa carta pelo famoso orador e filósofo romano Cícero (106-43 a.C.) ao também filósofo Marcus Terentius Varro (116-27 a.C.). No final da carta, Cícero diz a Marcus: “Se você não vier até mim, vou correr até você. Se você tem um jardim e uma biblioteca, tudo ficará completo.” O jardim, no contexto da carta, provavelmente se refere a um lugar para sentar e conversar, tal como faziam os filósofos.
21. Nosce te ipsum
Tradução: Conhece-te a ti mesmo.
“Conhece-te a ti mesmo” era a inscrição que ficava na entrada do Templo de Apolo, que existiu no século IV a.C. na cidade de Delfos, na Grécia. Geralmente atribuída ao filósofo Sócrates (469-399 a.C.), essa frase, na verdade, é mais antiga, e não se sabe exatamente sua origem.
O ditado fala sobre um dos conhecimentos mais importantes que devemos cultivar: o autoconhecimento. Só a partir daí podemos conhecer melhor o outro e o mundo.
22. Quo vadis
Tradução: Para onde vais?
A expressão quo vadis aparece na Bíblia, em João 16:5, onde Jesus Cristo diz: "Agora que vou para aquele que me enviou, nenhum de vocês me pergunta: para onde vais?"
A expressão quo vadis também pode ser traduzida por "para onde caminhas" e "aonde vais".
Quo vadis também é um filme de 1951, baseado no livro do escritor polonês Henryk Sienkiewicz, um romance histórico publicado em 1894.
23. Sine qua non
Tradução: Sem a qual não.
Sine qua non é uma locução adjetiva, do latim, que significa “sem a qual não”. É uma expressão frequentemente usada no nosso vocabulário e faz referência a uma ação ou condição que é indispensável, que é imprescindível ou que é essencial.
A expressão conditio sine qua non ("condição sem a qual não") indica circunstância indispensável à validade ou à existência de um ato. É usada nas diversas áreas do conhecimento, entre elas, Direito, Economia, Filosofia e Ciências da Saúde. Vários idiomas fazem uso dessa expressão na sua forma em latim, como o inglês, o alemão, o francês, o italiano, entre outras.
Veja mais sobre sine qua non.
24. Agnus dei
Tradução: Cordeiro de Deus
Agnus Dei significa "Cordeiro de Deus". É uma expressão do latim, muito utilizada pelos cristãos para falar referência a Jesus Cristo, após ter sido sacrificado na cruz.
O termo Agnus dei é citado na Bíblia, no Novo Testamento, no Evangelho do apóstolo João, onde João Batista diz a seguinte frase a respeito de Jesus: "Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira os pecados do mundo".
Veja mais sobre agnus dei.
25. Alma mater
Tradução: Mãe que alimenta.
Alma mater é uma expressão em latim que significa “mãe que alimenta” ou “a mãe que nutre”, na tradução literal para a língua portuguesa. É uma frase muito comum para designar instituições de ensino que formem intelectualmente os seus alunos, como as universidades, por exemplo.
Na Roma Antiga, entretanto, a expressão fazia referência às deusas mães dos romanos, como Vênus, Ceres e Cibele.
Durante o cristianismo medieval, alma mater também era utilizada como uma expressão de reverência à imagem da Virgem Maria, mãe de Jesus Cristo.
26. Rebus sic stantibus
Tradução: Estando assim as coisas.
Rebus sic stantibus é uma expressão em latim que pode ser traduzida como "estando assim as coisas".
A expressão é bastante usada na área do Direito, possuindo aplicações no Direito Penal, Direito Civil e no Direito Internacional.
De forma geral esta cláusula significa que situações ou obrigações terão validade enquanto a situação que deu origem a elas se mantiver.
Leia mais sobre rebus sic stantibus.
27. E pluribus unum
Tradução: Entre muitos, um.
E pluribus unum é uma expressão em latim que significa “entre muitos, um”, e é conhecida por ser o lema nacional dos Estados Unidos da América.
Como um lema, esta expressão teria sido escolhida pelo primeiro Grande Comitê em 1776, nos primórdios da Revolução Americana, por indicação de Pierre Eugene du Simitiere, um patriota americano de destaque.
Neste contexto, e pluribus unum simbolizava a união das treze colônias norte-americanas independentes como uma única nação.
A princípio, esta expressão teria sido coletada a partir do poema “Moretum”, de autoria do escritor romano Virgílio, por volta do ano 55 a.C.
Curiosamente, a intenção original desta frase estava relacionada com a receita de uma salada. Em color est e pluribus unum, Virgílio quis mostrar como deveria ficar a mistura das diversas cores de diferentes tipos de verduras e vegetais em uma salada.
Saiba mais sobre e pluribus unum.
28. Honoris causa
Tradução: Por causa de honra.
Honoris causa é uma expressão em latim e usada atualmente como um título honorífico, que significa literalmente “por causa de honra”.
Normalmente, honoris causa é utilizada quando uma universidade de prestígio deseja conceder um título de honra para uma personalidade de grande destaque ou importância por seu trabalho.
Esse título é dado para uma pessoa mesmo que ela não tenha um curso universitário, mas no entanto tenha se destacado ou exercido grande influência em determinadas áreas, como nas artes, na literatura, na política ou promovendo a paz.
29. Semper fidelis (semper fi)
Tradução: Sempre fiel.
Semper fidelis (abreviado, semper fi) é uma expressão em latim que significa “sempre fiel”, na tradução para o português.
Esta frase é conhecida por ser o lema do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos da América – United States Marine Corps.
Para os marines, este lema transmite o espírito de união e parceria que todos os membros da equipe possuem, em compromisso com a nação estadunidense.
Existem outras variações desta expressão que também são bastante utilizadas em brasões, bandeiras ou lemas, como semper fi, semper paratus, que na tradução literal significa “sempre fiel, sempre pronto”.
30. Et al
Tradução: E outros.
Et al é a abreviação de uma expressão em latim que significa "e outros".
A redução et al serve a três expressões latinas de mesmo significado: et alii (masculino plural), et aliae (feminino plural) e et alia (neutro).
É utilizada em referências bibliográficas de textos acadêmicos para citar uma obra que tenha quatro ou mais autores.
Saiba mais sobre et al.
31. Et coetera (etc)
Tradução: E o resto.
Et coetera é uma expressão latina que significa "e o resto"; "e outras coisas" (da mesma espécie); "e assim por diante". No Latim, et corresponde à conjunção "e" e cetera corresponde a "o resto".
A abreviatura "etc." é usada quando há enumeração de uma série de itens. O "e" que consta na abreviatura é indicativo de que outros itens podem fazer parte da lista. Sendo assim, é desnecessária a utilização da conjunção "e" antes de "etc.".
32. Deus ex machina
Tradução: Deus surgido da máquina.
Expressão latina de origem grega, deus ex machina ("deus surgido da máquina", em português) é utilizada para denominar um recurso narrativo para encerrar uma obra ficcional de maneira abrupta, inesperada e improvável.
Deus ex machina surge no teatro grego antigo. Muitas das peças desse período, especialmente as do dramaturgo Eurípedes ("Medeia", por exemplo), apresentavam em seu desfecho o surgimento de uma divindade sobrevoando o palco e solucionando todas as complicações da trama. Os atores que interpretavam essas divindades sobrevoavam o palco com a ajuda de guindastes. Daí a origem da expressão ex machina: a máquina, portanto, seria o guindaste.
Para muitos críticos, como Aristóteles, por exemplo, o recurso do deus ex machina demonstra fragilidade da narrativa, pois diminuiria sua verossimilhança, bem como revelaria a incapacidade do autor em criar um desfecho mais engenhoso para o enredo.
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