Iemanjá: quem é, história e significado (Umbanda e Candomblé)
Iemanjá é um orixá (divindade africana) feminino das religiões Candomblé e Umbanda. O seu nome tem origem nos termos do idioma Iorubá (língua nígero-congolesa) “Yèyé omo ejá”, que significam “mãe cujos filhos são como peixes”. É considerada a mãe de todos os adultos e a mãe dos orixás.
Iemanjá, na verdade, é a divindade do rio que deságua no mar. Ela é filha de Olokun, o orixá rei dos oceanos. O rio que representa Iemanjá e sua história é o Rio Ogun, localizado no estado de Oxum, na Nigéria.
Iemanjá é a padroeira dos pescadores. Para as religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda, é ela quem decide o destino de todos aqueles que entram no mar. Também é considerada a “Afrodite brasileira”, a deusa do amor a quem recorrem os apaixonados em suas demandas amorosas.
No Brasil, a deusa Iemanjá recebe diferentes nomes, dentre eles: Dandalunda, Inaé, Ísis, Janaína, Marabô, Maria, Mucunã, Princesa de Aiocá, Princesa do Mar, Rainha do Mar, Sereia do Mar, etc.
Festas e rituais para Iemanjá
No dia 2 de fevereiro é comemorado o dia de Iemanjá. Em Salvador, capital do Estado da Bahia, acontece a maior festa popular dedicada a Iemanjá.
Milhares de pessoas trajadas de branco fazem uma procissão até ao templo de Iemanjá, localizado na praia do Rio Vermelho, onde deixam os presentes que vão encher os barcos que os levam para o mar.
No Rio de Janeiro, as festas em honra de Iemanjá estão relacionadas com a passagem de ano.
Nos candomblés fiéis às origens africanas, o culto é prestado em locais fechados. Nos mais atuais, o culto é ao ar livre, prestado no mar e nas lagoas, sendo Iemanjá muitas vezes representada como sereia.
Os devotos levam para o mar vários presentes. Os que não afundam ou que são devolvidos à praia são tidos como rejeitados pela deusa.
Dentre as diversas oferendas para a bela e vaidosa deusa, encontram-se flores, bijuterias, vidros de perfumes, sabonetes, espelhos e comidas. O ritual se repete em outras praias do Brasil.
As celebrações em homenagem a Iemanjá também acontecem em 15 de agosto, 8 de dezembro e 31 de dezembro.
História de Iemanjá
A lenda conta que Iemanjá, filha de Olokun, o soberano dos mares, recebeu uma poção do pai para que a ajudasse a fugir de possíveis perigos. Após um tempo, Iemanjá se casa com Olofin-Oduduá, com quem teve dez filhos, que posteriormente se tornaram orixás.
Por amamentar todos os seus filhos, Iemanjá ficou com seios enormes. Ela se sentia envergonhada, principalmente após o seu marido caçoar dela por este motivo. Irritada e triste, Iemanjá resolveu largar o marido e ir atrás da felicidade.
Nesta jornada, apaixonou-se pelo rei Okerê. Para aceitar se casar com ele, Iemanjá pediu para que Okerê jamais caçoasse de seus seios enormes. Porém, após ficar bêbado, o rei começou a zombar dos seus seios, e Iemanjá fugiu.
O rei tentou persegui-la para se desculpar, mas a rainha do mar usou a poção que seu pai lhe deu para escapar do marido. A poção a transformou em um rio, que desaguava no mar.
Com medo de perder a esposa, Okerê se transformou numa montanha para impedir que o rio alcançasse o mar, e Iemanjá pudesse voltar para ele.
Porém, Iemanjá pediu ajuda ao filho Xangô, que com um raio, partiu a montanha ao meio, permitindo que o rio seguisse o seu caminho. Assim, Iemanjá encontrou-se com o oceano e se tornou a rainha do mar.
Iemanjá no sincretismo religioso
Com o sincretismo religioso, Iemanjá corresponde, no catolicismo, à Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Piedade e à Virgem Maria.
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