Quem foram os Incas (civilização)

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Os incas foram uma civilização pré-colombiana que habitou a região da Cordilheira dos Andes (América do Sul), entre os séculos XIII e XVI.

O povo inca viveu o seu ápice de desenvolvimento entre os séculos XV e XVI, quando constituíram o chamado Império Inca, que abrangia as atuais regiões do Peru, Bolívia, Chile e Equador.

A língua predominante no Império Inca era o quíchua (ou quéchua), que ainda continua a ser utilizado por alguns grupos étnicos dos países que formam a região dos Andes, na América do Sul.

Mesmo possuindo uma língua, a civilização Inca não desenvolveu um modelo de escrita. Porém, criaram um sistema de contagem bastante eficiente e único: o quipu (ou quipo).

O quipu consistia numa série de cordões coloridos que podiam representar diferentes valores e qualidades, de acordo com o contexto em que estivesse a ser utilizado.

Os quipus somente podiam ser manuseados e interpretados pelos quipucamayucs (“guardiões dos quipus”), um cargo de extrema responsabilidade.

O Império Inca entrou em declínio com a invasão espanhola liderada por Francisco Pizarro, em 1532.

Ver também: Astecas e Maias.

Economia e governo

O imperador dos incas recebia o título de Sapa Inca, que no idioma quéchua significa “governador dos incas”. Para os incas, o Sapa Inca era considerado um “deus na terra” e, por este motivo, recebia constantes honrarias e sacrifícios em sua homenagem.

A civilização inca possuía um sistema de governo bastante organizado, com a centralização do poder na capital do império, a cidade sagrada de Cuzco, local onde o imperador residia.

Basicamente, a sociedade inca era dividida em quatro principais núcleos: Nobres (formado pela família real, líderes religiosos, militares e demais membros da nobreza); Governadores (que representavam os governantes das quatro províncias que formavam o Império. Eram responsáveis por formular e impor as leis de suas localidades); oficiais militares locais e os camponeses (a grande maioria da população).

A economia era baseada na agricultura, principalmente no cultivo de batatas, milho, pimentas, algodão, mandioca, amendoim, batata doce, entre outros tipos de grãos e vegetais.

Não existia uma unidade monetária na civilização inca. O comércio funcionava a partir do escambo. As trocas podiam ser entre diferentes mercadorias, entre serviços ou alimentos. As sementes de cacau possuíam um alto valor comercial na civilização Inca.

Cultura e arte

A arte inca é marcada por objetos feitos de cerâmica, madeira, metais e ouro. Tradicionalmente, os adornos representavam imagens de deuses, formas geométricas abstratas e figuras de animais estilizados.

A arquitetura inca também é notável. Ainda hoje, vários templos e construções feitas durante o Império permanecem intactas. A cidade de Machu Picchu é um exemplo da eficiente estrutura arquitetônica da civilização inca.

A música também fazia parte da cultura artística dos incas, principalmente através de tambores e instrumentos de sopro, como flautas e trompetes feitos com conchas marinhas, por exemplo.

Segundo a tradição inca, cada período do calendário (dividido em doze partes que são semelhantes aos atuais meses do ano) era marcado com um festival específico:

  • Janeiro = Pequena Colheita
  • Fevereiro = Grande Colheita
  • Março = Ramo de flores
  • Abril = Dança do milho jovem
  • Maio = Canção da colheita
  • Junho = Festival do sol
  • Julho = Purificação terrena
  • Agosto = Sacrifício de purificação geral
  • Setembro = Festival da rainha
  • Outubro = Festival da água
  • Novembro = Procissão dos mortos
  • Dezembro = Festival magnífico

Religião

A religião inca é politeísta, ou seja, formada a partir da adoração de vários deuses.

O deus Inti era a representação do sol e considerado a principal divindade entre os incas. Também existia o culto de alguns animais sagrados para o povo inca, como o jaguar e o condor, por exemplo.

Sacrifícios humanos eram comuns durante os rituais de agradecimento aos deuses. Normalmente, os incas escolhiam os jovens mais belos (e virgens) para serem sacrificados como forma de acalmar a ira das divindades.

De acordo com a cultura religiosa inca, ser sacrificado em homenagem aos deuses era uma honra. Acreditava-se que após ser sacrificado, o espírito se tornaria divino.

Deuses incas

Inti era o deus supremo, mas não era considerado o criador do mundo, de acordo com a mitologia inca.

O deus Viracocha era tido como o mestre dos céus e da terra, responsável por criar o planeta e todas as coisas que existem.

Entre outros deuses populares, destaca-se:

  • Mama Quilla: esposa do deus Inti. Considerada a “mãe lua” e deusa da noite e protetora das mulheres.
  • Mama Pacha: deusa do plantio e da colheita. Também era considerada a responsável pelos terremotos (a região da Cordilheira dos Andes é conhecida por sofrer com constantes tremores de terra).
  • Mama Zara (ou Sara): deusa do milho, o principal alimento dos incas.
  • Supai: deus da morte. Era bastante temido pelos incas e, de acordo com a tradição, exigia que sacrifícios de crianças fossem feitos para acalmar a sua ira.
  • Mama Cocha: deusa do mar, dos oceanos e dos peixes. Era considerada a protetora dos pescadores e navegantes.

Na mitologia inca, ainda existem várias outras divindades que costumavam ser personificadas em enormes templos espalhados por todo o império.

Incas, Maias e Astecas

São civilizações pré-colombianas que habitaram diferentes regiões do continente americano e em distintos períodos de tempo.

Saiba mais sobre as diferenças entre os Incas, Maias e Astecas.

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