Jerusalém: história, povos e religião
Jerusalém é um antiquíssimo centro urbano, repleto de história e tradição religiosa. Representa o lugar sagrado para os judeus, cristãos e muçulmanos.
Ao longo dos séculos, pertenceu a hebreus, persas e romanos. Esteve durante muito tempo em poder dos muçulmanos. Muitas vezes foi conquistada, destruída e reconstruída.
Jerusalém, em hebraico Yerushaláyim, é derivada da palavra Yir’a, que significa temor a Deus, mais a palavra Shalem, que significa perfeição.
História de Jerusalém
Jerusalém é uma das cidades mais antigas do mundo. Não se sabe exatamente quando foi criada, entretanto, acredita-se que a região é habitada desde pelo menos 3000 a.C.
Sabe-se que a cidade foi dominada pelos Egípcios no século XX a.C. No século XV a.C, pelos hurritas, e no século XIII a.C pelos jebuseus, que a chamavam de Jebus.
Somente em 1000 a.C, Jerusalém foi conquistada por Davi e passou a ser dominada pelos hebreus (judeus). Durante o reinado de Davi e Salomão, foram construídos o Grande Templo de Jerusalém e o Monte do Templo.
Após a morte do Rei Salomão, Jerusalém passou novamente pelo domínio de vários povos, inclusive os persas e macedônios (durante o reinado de Alexandre, o Grande).
A partir de 37 a.C os romanos conquistaram e dominaram a região. O domínio romano durou até a queda de seu império, por volta de 476 d.C. Esse longo período foi marcado por guerras entre romanos e judeus.
Após o fim do império romano, Jerusalém foi conquistada por outros povos até ser dominada pelos muçulmanos, que inicialmente viveram em paz com os cristãos e os judeus, foram posteriormente implementadas perseguições e a destruição de locais religiosos.
Em 1095, os europeus cristãos colocaram em prática o seu objetivo de dominar Jerusalém, que julgavam ser a Terra Santa, e expulsar os muçulmanos. Guiados pelo Papa da época, tratou-se do período de guerras medievais chamado Cruzadas. Sob domínio cristão, judeus e muçulmanos foram perseguidos.
Depois de mais de oitenta anos sob domínio cristão, Jerusalém ficou entre períodos de comando muçulmano e cristão. Até que os otomanos (turcos) dominaram a cidade e a comandaram por 400 anos. Com a derrota na Primeira Guerra Mundial, o Império Otomano foi desfeito e Jerusalém passou para o domínio britânico.
Os britânicos se comprometeram a criar um estado na região para os judeus (que seria Israel) e um para os muçulmanos (que seria a Palestina). Entretanto, não o fez. Os conflitos entre judeus e muçulmanos que se conhece hoje começaram nesse período.
Após o domínio britânico, Jerusalém foi entregue a Organização das Nações Unidas. A ONU realizou uma proposta de divisão territorial entre os dois grupos, no qual Jerusalém ficaria sob responsabilidade internacional. Entretanto, o acordo não foi aceito pelos muçulmanos. Foi nesse período em que foi criado o estado de Israel.
A Primeira Guerra Árabe-Israelense aconteceu em 1948, em que os israelenses foram vencedores e aumentaram o seu território. Mesmo com o fim da guerra, Jerusalém ficou separada em uma parte ocidental, que pertencia aos israelense, e uma parte oriental, que estava com os jordanianos.
Em 1967, com a Guerra dos Seis dias, Jerusalém foi completamente dominada por Israel. Atualmente, apesar de Israel declarar que a Jerusalém é a sua capital, a comunidade internacional não a aceita como tal.
Saiba mais sobre as Cruzadas.
Povos de Jerusalém
Jerusalém foi e é uma cidade de muitos povos, sagrada para as três maiores religiões monoteístas. Analisando a sua história é possível perceber que diversos povos se instalaram e viveram na cidade em determinado período de tempo.
Sabe-se que pelo menos os egípcios, hurritas, jebuseus, judeus, persas, romanos, europeus, árabes e turcos comandaram a região, entretanto, é possível que outros povos tenham dominado a cidade antes ou em períodos mais curtos de tempo, que ainda não se tem conhecimento.
Devido sua importância histórica, cultural e religiosa, em 1981, Jerusalém foi reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). O título veio para reforçar a relevância da cidade para todos os povos.
Cidade sagrada para três religiões
Jerusalém é sagrada para os judeus desde que o rei Davi conquistou a Fortaleza de Jerusalém, situada na montanha central da Palestina, que há séculos estava em poder da tribo Cananeia, dos jebuseus. Em 1 000 a.C., apossou-se dela e a transformou na capital do Reino de Judá.
Para os cristãos, Jerusalém é sagrada pela passagem de Jesus, conforme relato dos Evangelhos Canônicos do Novo Testamento, escritos pelos discípulos João, Lucas, Marcos e Mateus.
Durante séculos, Jerusalém ficou em poder dos muçulmanos, que proibiram as peregrinações religiosas. Em 638 Jerusalém foi declarada a terceira cidade mais sagrada do Islã, depois de Meca e Medina.
Em Jerusalém estão importantes pontos religiosos, entre eles, A Esplanada das Mesquitas, conhecida pelos judeus e cristãos como o Monte do Templo, em alusão ao antigo templo, e chamado de Nobre Santuário pelos muçulmanos.
O Muro das Lamentações é um lugar sagrado de Jerusalém, visitado por peregrinos judeus do mundo todo. É tudo que restou do Templo de Salomão, centro de culto religioso e vida espiritual de Jerusalém.
O Santo Sepulcro é o local onde está edificada a Basílica do Santo Sepulcro e no seu interior, segundo a tradição cristã, está o local onde Jesus foi crucificado e o local onde foi sepultado e ressuscitou.
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