Mão invisível
Mão invisível é um conceito criado pelo filósofo e economista Adam Smith, em seu livro A Riqueza das Nações, publicado em 1776.
Segundo o conceito da mão invisível, o mercado livre se autorregularia, sem a necessidade da intervenção do Estado.
Assim, o crescimento econômico e o progresso de uma Nação seriam alcançados com uma sociedade livre, onde as pessoas agem conforme seus interesses pessoais.
A "mão invisível" na economia
Na busca por seus interesses, os indivíduos contribuiriam para o equilíbrio do mercado. Isso aconteceria porque, mesmo sem o intuito de colaborar com outros agentes, essa dinâmica culminaria numa situação positiva para o conjunto da sociedade.
Esse equilíbrio seria o resultado do que hoje conhecemos como a lei da oferta e da procura.
De acordo com essa lei, o preço de um produto é determinado pelo equilíbrio entre o número de empresas que ofertam o produto e o número de consumidores em busca dele.
A mão invisível é, portanto, uma representação simbólica da ideia de que o próprio mercado se organiza da melhor maneira possível.
Quem foi Adam Smith?
Adam Smith nasceu nas Escócia e estudou filosofia na Universidade de Oxford, tornou-se professor e em 1759 publicou seu primeiro livro, a Teoria dos Sentimentos Morais.
Nos anos seguintes, Smith passou a dar mais atenção à economia e deixou o cargo de professor em 1763, quando foi convidado para ser tutor do jovem duque de Buccleuch, da Inglaterra.
Com ele viajou por outros países, especialmente pela França, onde conheceu grandes intelectuais, entre eles o economista François Quesnay.
Em 1766 retornou a sua cidade natal e dedicou seus próximos 10 anos ao livro que se tornaria um dos maiores clássicos da economia política, A Riqueza das Nações.
O livro A Riqueza das Nações
A Riqueza das Nações foi publicado em meio à Revolução Industrial na Inglaterra e opunha-se ao sistema vigente desde o século XV, mas que agora entrava em decadência - o mercantilismo.
O mercantilismo era caracterizado por uma forte intervenção do Estado na economia. No livro, o autor defendia o livre comércio, pois acreditava que a atuação livre dos agentes econômicos resultaria em uma situação ótima, de máxima eficiência.
É interessante notar que, apesar do termo “mão invisível” ter se popularizado, a expressão aparece apenas uma vez no livro.
O papel do Estado na economia para Adam Smith
Para Adam Smith, o Estado deveria interferir o mínimo possível na economia e na vida das pessoas. No entanto, defendia que uma economia de livre mercado funcionaria somente se algumas leis fossem seguidas.
Garantir a justiça, portanto, era o papel fundamental do Estado. Afinal, para o devido funcionamento do mercado, a propriedade deveria ser assegurada e os contratos deveriam ser honrados.
Outras funções do Estado, segundo Adam Smith:
- Defesa da sociedade contra inimigos externos.
- Proteção dos indivíduos contra ofensas mútuas.
- Realizações de obras públicas que não pudessem ser realizadas pela iniciativa privada.
O liberalismo econômico
O liberalismo econômico surgiu no final do século XVII, no contexto da decadência do mercantilismo e da construção dos Estados Nacionais. Os liberais eram contra o controle do Estado sobre a economia, como acontecia no sistema mercantil.
Esses pensadores acreditavam que os indivíduos, organizações e Nações deveriam ser livres para realizar suas atividades econômicas e que se houvesse qualquer desajuste, o próprio mercado se autorregularia.
Diferente do mercantilismo, que se baseava no protecionismo, o liberalismo defendia a livre concorrência. Os produtos seriam comercializados livremente e seus preços ajustados de acordo com a lei da oferta e demanda.
O Estado, portanto, não deveria interferir na economia, cabendo a ele papéis como a proteção da propriedade privada e a manutenção da ordem e da paz.
Principais obras de Adam Smith
- Teoria dos sentimentos morais (1759)
- A Riqueza das Nações (1776)
Veja também: Economia e Lei da Oferta e da Demanda (ou Procura).