Modernismo
O Modernismo foi um movimento artístico e cultural que surgiu no começo do século XX. Seu objetivo era romper com o tradicionalismo, experimentando novas técnicas de criação artística.
Foi responsável por transformações profundas, já que estes artistas sentiam a necessidade de mudar o meio em que viviam, experimentando novos conceitos e formas de pensar.
Acreditando que as formas tradicionais estavam totalmente ultrapassadas, desejavam uma nova cultura, visando transformar as estruturas da sociedade.
O modo de pensar e o posicionamento do artista perante os processos da modernidade (a mudança, a efemeridade e a fragmentação), eram de extrema importância para a formação desta estética.
O que vai encontrar:
Características do Modernismo
- Ruptura com a tradição: quebra dos padrões artísticos e culturais do passado. Isso se traduziu em uma variedade de estilos inovadores e, por vezes, provocativos.
- Experimentação: novas técnicas, estilos e formas de criar.
- Fragmentação da realidade: técnicas como a colagem e montagem para representar a complexidade e a instabilidade do mundo moderno.
- Individualismo e subjetivismo: enfatizava as experiências pessoais dos artistas. Na literatura, por exemplo, essa característica se manifestou através do monólogo interior, do discurso indireto livre e da expressão do fluxo de pensamento.
- Engajamento social e político: muitas vezes, as obras modernistas refletiam uma visão crítica da sociedade e buscavam provocar reflexões sobre as transformações em curso.
- Multidisciplinaridade: colaboração entre diferentes formas de expressão artística, resultando em projetos multidisciplinares que integravam literatura, arte visual, música e outras manifestações culturais.
Modernismo na arte: artistas e obras
Nos vários campos da arte, o Modernismo funcionou como uma verdadeira revolução, mudando as técnicas e as teorias acerca do fazer artístico e trazendo estilos que desafiavam todos os moldes que existiam até então.
Dentre as principais correntes modernistas na arte, destacam-se as vanguardas europeias que deixaram um grande impacto cultural como o Cubismo, Fauvismo, Futurismo, Expressionismo, Dadaísmo, Surrealismo e Abstracionismo. Cada um à sua maneira, estes movimentos buscavam a liberdade, a experimentação e a inovação.
Listamos, abaixo, alguns artistas que marcaram esta tendência, assim como suas obras de maior destaque.
Pablo Picasso (1881-1973)
- As Senhoritas de Avignon (1907)
- Guernica (1937)
Salvador Dali (1904-1989)
- A Persistência da Memória (1931)
- A Tentação de Santo António (1946)
Vincent van Gogh (1853-1890)
- A Noite Estrelada (1889)
- Os Girassóis (1888)
Henri Matisse (1869-1954)
- A Dança (1910)
- A Alegria de Viver (1906)
Joan Miró (1893-1983)
- O Carnaval de Arlequim (1925)
- A Mulher com Cabeça de Flor (1938)
Piet Mondrian (1872-1944)
- Composição com Vermelho, Azul e Amarelo (1921)
- Broadway Boogie Woogie (1942–43)
Amedeo Modigliani (1884-1920)
- Nu com colar vermelho (1917)
- Retrato de Jeanne Hébuterne (1919)
Na música, destacaram-se nomes como Arnold Schoenberg, Igor Stravinsky e Béla Bartók. Já no cinema, Sergei Eisenstein, Fritz Lang e Dziga Vertov são alguns dos mais lembrados.
Finalmente, na arquitetura, temos Le Corbusier, Mies van der Rohe e Walter Gropius como principais representantes.
Modernismo na literatura: autores e obras
Na literatura, o Modernismo teve um grande impacto e foi responsável por algumas das obras mais célebres do século XX, deixando influências que permanecem até hoje. Ao romper com as formas e convenções tradicionais, explorava novas técnicas e temáticas, com foco no individualismo e na subjetividade das experiências humanas.
Algumas das características mais notáveis na literatura modernista incluem a fragmentação narrativa, o fluxo de consciência e a introspecção profunda dos personagens.
Além disso, temos a presença de cenários urbanos, a existência de múltiplas perspectivas acerca da história e a recuperação de mitos clássicos (por meio de um olhar moderno).
Listamos, abaixo, alguns dos autores fundamentais do movimento, assim como suas obras mais famosas:
James Joyce (1882-1941)
- Ulisses (1920)
- Finnegans Wake (1939)
Virginia Woolf (1882-1941)
- Mrs. Dalloway (1925)
- Ao farol (1927)
T.S. Eliot (1888-1965)
- The Waste Land (1922)
- Quatro Quartetos (1943)
Ezra Pound (1885-1972)
- Os Cantos (1917–1962)
- Hugh Selwyn Mauberley (1920)
William Faulkner (1897-1962)
- O som e a fúria (1929)
Ernest Hemingway (1899-1961)
- O sol também brilha (1926)
- Adeus às armas (1932)
Franz Kafka (1883-1924)
- O processo (1925)
- A metamorfose (1915)
Fernando Pessoa (1888-1935)
- Mensagem (1934)
- Livro do Desassossego (publicado postumamente em 1982)
Modernismo no Brasil: fases, artistas e obras
No Brasil, o Modernismo foi um movimento de grande importância, pois os artistas brasileiros ansiavam por uma libertação estética. Em outras palavras, ansiavam por deixar de "imitar" os modelos artísticos que surgiam na Europa e criar um genuinamente nacional, independente.
O ponto de partida do Modernismo no Brasil é considerado a Semana de Arte Moderna, que aconteceu entre os dias 11 e 18 de fevereiro 1922, em São Paulo.
A "Semana de 22" foi um evento formado por um grupo de intelectuais que buscavam o romper com o "antigo". Para isso, trouxeram influências das vanguardas europeias com o intuito de criar um modelo novo.
Entre os principais representantes que participaram da Semana de Arte Moderna estão:
- Graça Aranha
- Mário de Andrade
- Oswald de Andrade
- Menotti Del Pichia
- Anita Malfatti
- Heitor Villa-Lobos
- Tácito de Almeira
- Di Cavalcanti
O Modernismo brasileiro costuma ser dividido em três fases:
Primeira fase do Modernismo (1922 - 1930)
Também conhecida como "Fase Heroica", iniciou-se com a Semana de Arte Moderna, em 1922, e ficou registrado como um momento para renovações da estética.
Os artistas se inspiravam nas vanguardas que surgiam na Europa. Esta fase também ficou conhecida devido à formação de importantes grupos modernistas, como o Movimento Antropófago (1928-1929) e o Manifesto Regionalista (1926).
Entre os artistas que se destacam nesta fase, estão:
- Oswald de Andrade (1890-1954)
- Mário de Andrade (1893-945)
- Alcântara Machado (1901-1935).
A primeira fase do Modernismo durou 8 anos, entre 1922 e 1930.
Segunda fase do Modernismo
A "Fase de Consolidação", como também é chamada a segunda fase do Modernismo brasileira, tem como característica a exploração por temas nacionalistas e regionalistas. As obras artísticas do movimento moderno passam por um amadurecimento.
Alguns dos autores de destaque desta fase são:
- Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
- Raquel de Queiroz (1902-2003)
- Jorge Amado (1912-2001)
- Cecília Meireles (1901-1964)
- Vinícius de Moraes (1913-1980)
- Érico Veríssimo (1905-1975)
A segunda fase do Modernismo teve a duração de 15 anos, entre 1930 e 1945.
Terceira fase do Modernismo
Esta fase é motivo para muitos conflitos entre os estudiosos. Alguns defendem-na como fase "Pós-Modernista", considerando o seu término nos anos 1960. No entanto, existem outras teorias que dizem que seu fim foi nos anos 80, e há ainda quem considera a terceira fase do Modernismo ainda presente atualmente.
Como principal característica deste período está o predomínio e diversidade da prosa (intimista, regionalista, urbana, etc.). Outro destaque foi a formação do grupo "Geração de 45", que tentava produzir uma poesia mais neutra, com tons sérios, chamados de "neoparnasianos" (vanguarda rejeitada pelos modernistas).
Nesta fase, destacam-se:
- Clarice Lispector (1920-1977)
- Ariano Suassuna (1927-2014)
- Guimarães Rosa (1908-1967)
Contexto histórico do Modernismo
O Modernismo desponta no começo do século XX, uma época que mudou profundamente as formas de pensar, criar e viver. Com o surgimento da Primeira Guerra Mundial, em 1914, o mundo assistia a diversas transformações sociopolíticas e econômicas, incluindo algumas correntes ideológicas que começaram a ganhar força, como fascismo, o socialismo e o anarquismo.
Este foi também um período que assistiu a enormes avanços tecnológicos e científicos: o telefone, o cinema, o automóvel, a aviação, as teorias de Darwin e Freud, entre outras.
Além disso, a industrialização e urbanização estavam mudando os cotidianos e as vivências da população, trazendo sentimentos de alienação e desigualdade. Tudo isto alterou as ideias de progresso e as visões de mundo, resultando numa onda de pessimismo e ceticismo que tomava conta dos indivíduos.
Como resultado de todos esses fatores, surge um movimento altamente crítico e criativo, disposto a derrubar todos os padrões "intocáveis" da arte, da literatura e da cultura.
Resumo sobre o Modernismo
| Tópico | Descrição |
|---|---|
| O que foi o Modernismo | Movimento artístico e cultural do início do século XX, que buscava romper com o tradicionalismo e experimentar novas técnicas artísticas. |
| Objetivo | Transformar as estruturas artísticas e sociais da época, promovendo uma nova cultura baseada em novos conceitos e formas de pensar. |
| Características do Modernismo | Ruptura com a tradição, experimentação, fragmentação da realidade, individualismo e subjetivismo, engajamento social e político, multidisciplinaridade. |
| Modernismo na Arte |
Revolução artística que influenciou e incluiu movimentos como Cubismo, Fauvismo, Futurismo, Expressionismo, Dadaísmo, Surrealismo e Abstracionismo. |
| Modernismo na Literatura | Impactou profundamente a literatura do século XX, com foco no individualismo, subjetividade, fragmentação narrativa e múltiplas perspectivas. |
| Modernismo no Brasil |
Iniciado com a Semana de Arte Moderna de 1922, buscou romper com os modelos europeus e criar uma arte nacional. |
| Fases do Modernismo no Brasil | - Primeira fase (1922-1930): conhecida como "Fase Heroica", inspirada nas vanguardas europeias. - Segunda fase (1930-1945): marcada por temas nacionalistas e regionalistas. - Terceira fase (após 1945): foco na prosa e na diversidade de temas, com a "Geração de 45". |
| Contexto Histórico | Surgiu em meio às transformações sociopolíticas do início do século XX, com a Primeira Guerra Mundial, o avanço da industrialização e urbanização, além de correntes ideológicas como o fascismo e o socialismo. Progresso científico e tecnológico também moldaram o pensamento da época. |
Bibliografia:
- CARPEAUX, O. M. As revoltas modernistas na literatura. Rio de Janeiro, Ediouro, s/d.
- NASCIMENTO, E. A Semana de Arte Moderna de 1922 e o Modernismo Brasileiro: atualização cultural e “primitivismo” artístico. Gragoatá, Niterói, n. 39, p. 376-391, 2, 2015.
Veja também:
