Nacionalismo

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O nacionalismo é uma ideologia política fundamentada na ideia de que uma nação compartilha características culturais, históricas ou linguísticas; e propõe que essa nação se organize politicamente para preservar e controlar esses elementos em comum.

Ideias como a exaltação de símbolos nacionais (por exemplo: bandeira e hino nacional), a preservação das tradições e costumes e a proteção dos territórios e fronteiras são ações tipicamente nacionalistas.

O nacionalismo usa o sentimento de pertença a uma nação para fins políticos. O grande perigo do nacionalismo é que a glorificação de uma nação acabe por se transformar em ideias de superioridade e aversão ao estrangeiro.

Características do nacionalismo

As principais características do nacionalismo são:

  • Exaltação de um povo/nação;
  • Sentimento de pertença e unificação de um povo;
  • Preservação de tradições e costumes;
  • Exaltação dos símbolos nacionais, como bandeira e hino (patriotismo);
  • Proteção dos territórios e fronteiras;
  • Aversão a mistura de culturas e povos;
  • Aversão ao estrangeiro e sua cultura.

Nacionalismo no Brasil

Ilustração de Getúlio Vargas discursando para milhares de crianças brancas que carregam a bandeira do Brasil.
Propaganda nacionalista do Estado Novo, governo de Getúlio Vagas, década de 1940.

Os primeiros sinais de nacionalismo no Brasil surgiram ainda durante a colonização, em revoltas populares que buscavam a independência do país.

Após 1822, começaram a aparecer movimentos de valorização da identidade nacional. O escritor José de Alencar, autor das obras O Guarani e Iracema, é uma figura importante desse período, pois retratou o Brasil e suas questões sociais e culturais em suas narrativas.

Com a chegada da República, em 1889, houve um esforço para construir uma identidade brasileira. Foram criados símbolos nacionais, como a bandeira, o hino e o lema "Ordem e Progresso", além da consagração de heróis nacionais, como Tiradentes.

No século XX, o Brasil também presenciou o surgimento do integralismo, um movimento de caráter nacionalista e fascista, inspirado nas ideias da Itália de Mussolini e marcado por seu ultranacionalismo.

Durante a Era Vargas (1930-1945) e a Ditadura Militar (1964-1985), o nacionalismo foi amplamente usado como estratégia de manutenção do poder, especialmente por meio de propagandas que exaltavam a identidade nacional.

Atualmente, a questão do nacionalismo no Brasil reflete tensões políticas e sociais em um contexto de polarização, com diferentes grupos utilizando o nacionalismo para promover suas agendas.

Diferenças entre nacionalismo e socialismo

O nacionalismo e o socialismo são ideologias distintas. O nacionalismo se concentra valorização e unificação de uma nação, buscando fortalecer a identidade cultural, histórica e política de um povo específico.

Geralmente, o nacionalismo propõe que os indivíduos de uma nação compartilhem valores e características comuns, promovendo a unidade nacional e o controle político sobre esses elementos para proteger sua identidade.

O socialismo, por outro lado, foca na justiça social e na igualdade econômica, defendendo que os meios de produção e os recursos devem ser controlados coletivamente. Busca reduzir as desigualdades sociais e propõe que o poder econômico esteja nas mãos da sociedade.

Enquanto o nacionalismo se preocupa com a identidade e a unidade de uma nação específica, o socialismo objetiva a distribuição igualitária de riqueza e oportunidades entre todos, independentemente de nacionalidade.

História da ideologia nacionalista

Embora o nacionalismo tenha raízes na Idade Média, especialmente nas monarquias absolutistas, ele emerge com força significativa apenas a partir da Revolução Francesa (1789-1799), período do apogeu da burguesia industrial.

O nacionalismo moderno foi moldado por fatores como a luta contra os exércitos invasores nas guerras napoleônicas na Europa (1803-1815) e o desejo de independência das colônias do continente americano durante o século XIX.

A Unificação da Itália e da Alemanha foram exemplos importantes desse fenômeno no período. Até o século XIX, esses países não possuíam fronteiras claramente definidas, e o nacionalismo se tornou uma estratégia para alcançar a unificação.

A partir de então, o nacionalismo começou a se afirmar como uma força política dominante, mobilizando a população em torno de uma identidade comum e de objetivos nacionais.

Entretanto, no século XX, o nacionalismo exacerbado revelou seus perigos. Ideias nacionalistas de caráter racista chegaram ao poder e foram institucionalizadas em regimes como o nazismo na Alemanha, o fascismo na Itália e movimentos militaristas no Japão.

Esses pensamentos ultranacionalistas promoviam uma noção de superioridade racial e cultural, considerando certas nações ou povos como superiores, enquanto os outros eram vistos como inferiores e, portanto, merecedores de subjugação ou até de eliminação.

Tanto o nazismo quanto o fascismo, por terem o nacionalismo como elemento central, utilizaram essa base para justificar suas políticas expansionistas e repressivas. Além do mais, o nacionalismo foi empregado para apoiar ditaduras em países em desenvolvimento, especialmente na África e na América Latina (incluindo o Brasil).

O nacionalismo pode ser uma força de unificação e identidade, mas também carrega o potencial para fomentar divisões, intolerâncias e regimes autoritários quando distorcido por ideologias extremistas.

O que é o nacionalismo ufanista

O nacionalismo ufanista refere-se a uma forma exagerada e exacerbada de nacionalismo, caracterizada por um orgulho excessivo pelo país de origem e uma aversão a nações estrangeiras.

Um nacionalista ufanista tende a se considerar superior aos demais, e essa presunção pode resultar em atitudes discriminatórias, racistas e xenofóbicas.

O que é o nacionalismo romântico

O nacionalismo romântico, também chamado de nacionalismo da identidade ou orgânico, é uma forma de nacionalismo que se fundamenta na ideia de que um povo é único e criativo.

Cada povo expressaria sua cultura por meio de diversas áreas, como língua, religiões e costumes. Nesse contexto, o poder do Estado e suas políticas são legitimados pela unidade do povo que está sob sua governança.

Nacionalismo e separatismo

O nacionalismo e o separatismo são dois conceitos que, em muitas culturas, estão interligados. O separatismo refere-se à intenção e reivindicação de independência política e econômica de um povo ou nação específica.

No século XX, surgiram diversos conflitos originados no nacionalismo de grupos separatistas. Esses grupos se sentiam desconectados dos países em que viviam, pois seu sentimento de pertencimento estava ligado apenas a uma região ou área específica dentro dessas nações, motivando-os a buscar a independência.

Alguns dos casos mais conhecidos são os conflitos separatistas na África, na Iugoslávia, na Chechênia, na Caxemira, em Timor-Leste, na Irlanda do Norte e no País Basco, na Espanha.

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