O que é Niilismo
Niilismo é uma doutrina filosófica que indica pessimismo e ceticismo extremos perante a realidade ou valores humanos.
Num sentido amplo, o niilismo consiste numa atitude de negação ou descrença absoluta em relação a princípios, sejam eles religiosos, morais, políticos ou sociais.
Niilismo vem da palavra em latim nihil, que significa "nada". Ele representa uma atitude crítica em relação às convenções sociais e aos valores tradicionais.
Nietzsche e Niilismo
De acordo com Nietzsche, o niilismo pressupõe a morte da Divindade Cristã e seus princípios. O homem se despede assim dos valores morais e regras estabelecidas por essas doutrinas.
Para Nietzsche, existem dois tipos de niilismo: o passivo e o ativo. O niilismo passivo pode ser considerado uma espécie de evolução de uma pessoa, apesar de não haver uma mudança dos valores. Por outro lado, o niilismo ativo vira todas as suas forças para a demolição da moral, sendo que tudo fica no vazio e o absurdo ganha preponderância, de tal forma que o niilista só tem como solução esperar ou causar a sua própria morte.
O niilismo passivo é o de Schopenhauer, segundo o qual para o ser humano nada faz sentido, a vida é uma batalha sofrida. Nietzsche visa dar mais importância ao niilismo ativo que ao passivo, indicando que o Homem é mais forte sabendo que o mundo não tem sentido. Só dessa forma o ser humano criaria valores adequados.
Niilismo moral, ético, existencial, político e negativo
Niilismo moral (ou niilismo ético)
Consiste em um ponto de vista em que nenhuma ação pode ser considera moral ou imoral.
Niilismo existencial
Significa que a existência do ser humano não tem nenhum sentido ou finalidade e, por isso, o homem não deve procurar um sentido e um propósito para a sua existência.
Niilismo político
Tem como fundamento que a destruição de todas as forças políticas, religiosas e sociais, são essenciais para um futuro melhor.
Niilismo negativo
deu origem a todos os outros, consiste na negação do mundo perceptível aos sentidos, para buscar um mundo ideal, um paraíso. Teve origem graças ao platonismo e Cristianismo.
Surgimento do Niilismo
O sentido original do termo niilismo foi alcançado graças a Friedrich Heinrich Jacobi e Jean Paul. Só mais tarde esse conceito foi abordado por Nietzsche, que o descreveu como "falta de convicção em que se encontra o ser humano após a desvalorização de qualquer crença". Essa desvalorização acaba por culminar na consciência do absurdo e do nada.
O termo apareceu pela primeira vez na obra literária de Turguêniev, Pais e Filhos. Nela, um personagem afirma:
Um niilista é um homem que não se curva ante qualquer autoridade nem aceita nenhum princípio sem exame, independentemente do respeito que esse princípio envolva.
Turguêniev
Na Rússia, aplicou-se o termo "niilista" ao movimento revolucionário durante a segunda metade do reinado de Alexandre II. Os primeiros niilistas, seguidores das ideias de Pisarev, exigiram que a realização do progresso social só fosse possível a partir de uma reconstrução científica da sociedade.
Desde 1870, alguns seguidores do niilismo adotaram formas de protesto mais radicais, com uma mentalidade coincidente com o movimento anarquista. Apesar disso, nem todos os niilistas faziam parte de grupos revolucionários, ao contrário do que muitas pessoas afirmavam.
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