Orações Subordinadas

Igor Alves
Igor Alves
Professor de Língua Portuguesa

Orações subordinadas são aquelas que dependem de outra para ter sentido completo. Não têm, portanto, independência gramatical, pois estão subordinadas a uma ideia central, expressa pela oração principal.

Existem três tipos de orações subordinadas: substantivas, adjetivas e adverbiais.

Exemplos:

  • "É importante que você estude."
  • "O livro que li ontem foi ótimo."
  • "Como chovia muito, fiquei em casa."

No primeiro exemplo, "que você estude" é uma oração subordinada substantiva, pois funciona como sujeito da oração principal "é importante", completando o seu sentido.

Já no segundo exemplo, "que li ontem" é uma oração subordinada adjetiva, pois qualifica e restringe o substantivo "livro", especificando de qual livro se trata.

Por fim, no terceiro, "como chovia muito" é uma oração subordinada adverbial, pois indica a causa da ação expressa na oração principal, justificando o motivo de ter ficado em casa.

Orações subordinadas

Oração Subordinada Substantiva

As orações subordinadas substantivas funcionam como substantivos na frase. Podem desempenhar o papel de sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, entre outros.

Existem seis tipos de orações subordinadas substantivas: subjetiva, objetiva direta, objetiva indireta, predicativa, completiva nominal e apositiva.

1. Orações subordinadas substantivas subjetivas: exercem a função de sujeito.

Exemplos:

  • “É importante que todos participem do evento.”
  • "É certo que a presença do advogado trazia-lhe alívio."

2. Oração subordinada substantiva objetiva direta: desempenham a função de objeto direto.

Exemplos:

  • "Quero que você amadureça."
  • “Desejo que você tenha sucesso na nova jornada.”

3. Oração subordinada substantiva objetiva indireta: cumprem a função de objeto direto.

Exemplos:

  • “Mariana não confia em que ele cumpra o prometido.”
  • "A aniversariante tem dúvidas sobre se você poderá comparecer à festa."

4. Oração subordinada substantiva predicativa: atuam como predicativo.

Exemplos:

  • “Meu maior desejo é que todos fiquem bem.”
  • "A verdade é que você está indo bem nos estudos."

5. Oração subordinada substantiva completiva nominal: representam a função de complemento nominal.

Exemplos:

  • "O medo de que algo aconteça é compreensível."
  • “A esperança de que tudo melhore é o que nos motiva.”

6. Oração subordinada substantiva apositiva: exercem a função de aposto, sendo geralmente precedida de dois pontos.

Exemplos:

  • "É preciso que reconheças: fumar faz prejudica a saúde."
  • “Júlia só pediu uma coisa: que a respeitassem.”

Oração Subordinada Adjetiva

As Orações subordinadas adjetivas funcionam como adjetivos na frase, descrevendo ou especificando um substantivo da oração principal. São classificadas em dois tipos: explicativas e restritivas.

1. Oração subordinada adjetiva explicativa: fornecem informações adicionais sobre um substantivo, mas não são essenciais para o entendimento da frase. São geralmente separadas por vírgulas.

Exemplos:

  • "Meu pai, que é médico, gosta de esportes."
  • “Meu irmão, que mora em outra cidade, vem nos visitar.”

2. Oração subordinada adjetiva restritiva: restringem ou delimitam o significado do substantivo ao qual se referem. São essenciais para o entendimento da frase, e sua remoção altera o sentido da oração principal. Geralmente, não são separadas por vírgulas.

Exemplos:

  • "O livro que comprei é interessante."
  • “As pessoas que estudam regularmente costumam ter melhores resultados.”

Oração Subordinada Adverbial

As orações subordinadas adverbiais funcionam como advérbios, modificando um verbo, adjetivo ou advérbio da oração principal. São normalmente introduzidas por conjunções subordinativas, expressando circunstâncias, como tempo, lugar, causa, finalidade, condição, entre outras.

1. Oração subordinada adverbial causal: determinam a causa ou motivo da ação principal. Respondem a perguntas como "por que?", sendo introduzidas por conjunções ou locuções conjuntivas subordinativas como "porque", "como", "já que", "visto que".

Exemplos:

  • "Saiu correndo porque estava apavorada."
  • “Sérgio desistiu da prova porque estava muito cansado.”

2. Oração subordinada adverbial comparativa: estabelecem uma comparação entre a ação da oração principal e outra ação ou situação. É introduzida por expressões como "como", "do que", "mais/menos... do que", "assim como", "tal como", "que nem", entre outras.

Exemplos:

  • “Maria é tão dedicada quanto um atleta treinando para uma competição.”
  • "Ele trabalha como um profissional trabalha."

3. Oração subordinada adverbial concessiva: indicam uma concessão. São introduzidas por conjunções ou locuções conjuntivas subordinativas como "mesmo que", "ainda que", "por mais que", "embora".

Exemplos:

  • "Embora faça frio, fomos à praia."
  • “Mesmo que estivesse chovendo, fomos caminhar no parque.”

4. Oração subordinada adverbial condicional: expressam uma condição que deve ser cumprida para a ação principal ocorrer. São introduzidas por conjunções ou locuções conjuntivas subordinativas como "se", "caso", "desde que".

Exemplos:

  • “Caso precise de ajuda, avise.”
  • "Se chover amanhã, o evento será adiado."

5. Oração subordinada adverbial conformativa: indicam uma conformidade, concordância com a ação da oração principal. Geralmente são introduzidas por expressões como "conforme", "segundo", "como", "consoante", "de acordo com", entre outras.

Exemplos:

  • "Vista-se como quiser."
  • “Ela organizou tudo conforme planejou.”

6. Oração subordinada adverbial consecutiva: indicam a consequência ou resultado da ação expressa na oração principal. São introduzidas por conjunções ou locuções conjuntivas, como "que", "de modo que", "de maneira que", "tanto que", "a ponto de".

Exemplos:

  • "O atleta estava cansado ao ponto de não conseguir mais andar."
  • “Estava tão cansado que adormeceu no sofá.”

7. Oração subordinada adverbial final: indicam a finalidade ou objetivo da ação principal. Respondem à pergunta "com que finalidade?", sendo introduzidas por conjunções ou locuções conjuntivas subordinativas como "para que", "a fim de que", "com o intuito de".

Exemplos:

  • "Malho bastante com o intuito de ficar atlético."
  • “Estudo muito para que eu possa passar no concurso.”

8. Oração subordinada adverbial temporal: indicam o tempo em que a ação principal ocorre. Respondem a perguntas como "quando?" ou "por quanto tempo?" . São geralmente introduzidas por expressões como "quando", "enquanto", "após", "antes que", entre outros.

Exemplos:

  • "Jantaremos quando chegarmos em casa."
  • “Ligue para ele assim que chegar.”

9. Oração subordinada adverbial proporcional: indicam uma proporção ou relação de quantidade entre a ação da oração principal e a ação da oração subordinada. Geralmente são introduzidas por expressões como "à medida que", "à proporção que", "conforme", "à medida que", "quanto mais".

Exemplos:

  • "À medida que o tempo passa, a saudade aumenta."
  • “Quanto mais ela se esforça, melhores são os resultados.”

Orações Subordinadas e Coordenadas

A diferença entre orações subordinadas e coordenadas está na relação que elas estabelecem com a oração principal.

As orações subordinadas, como vimos anteriormente, dependem da oração principal para fazer sentido. Complementam ou explicam uma ideia da oração principal, funcionando como um elemento que acrescenta informações essenciais para o entendimento completo da frase.

Exemplos:

  • "Acredito que ele virá à festa.”
  • "Eu sei que você gosta de chocolate."

Por outro lado, as orações coordenadas são independentes em termos de sentido. Podem existir separadamente e ainda transmitir uma ideia completa. São ligadas por conjunções coordenativas (e, mas, ou, por, porém, logo, etc.) ou por assindética (sem conjunção). Dividem-se em: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

Exemplos:

  • Com conjunção: "Estudei muito e passei no concurso."
  • Assindética: "Chovia muito, as ruas estavam alagadas."

Bibliografia:

  • BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 1999.
  • CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Lisboa: Edições João Sá da Costa, 1991.

Veja também:

Igor Alves
Igor Alves
Educador desde 2009, professor de Língua Portuguesa licenciado pela Universidade Federal do Pará. Criador de conteúdos online desde 2021.
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