Orações Subordinadas Substantivas

Igor Alves
Igor Alves
Professor de Língua Portuguesa

As orações subordinadas substantivas são aquelas que desempenham a função de substantivo na frase. Ou seja, podem funcionar como sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito ou aposto da oração principal.

Exemplos:

  • "É importante que você estude."
  • "Meu desejo é que você seja feliz."
  • "Quero que você venha à festa."

No primeiro exemplo, a oração subordinada "que você estude" exerce a função de sujeito do verbo "é", sendo classificada como oração subordinada substantiva subjetiva.

Por sua vez, no segundo exemplo, a oração subordinada "que você seja feliz" funciona como predicativo do sujeito "meu desejo". É classificada, portanto, como oração subordinada substantiva predicativa.

Já no terceiro exemplo, a oração subordinada "que você venha à festa" é o objeto direto do verbo "quero". Por isso, é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

As orações subordinadas substantivas são classificadas em seis tipos, de acordo com a função que exercem na oração principal: subjetiva, predicativa, objetiva direta, objetiva indireta, completiva nominal e apositiva.

Orações subordinadas substantivas

As orações subordinadas são dependentes e complementam a oração principal. São classificadas em adverbiais, adjetivas ou substantivas, dependendo da função que exercem na frase.

Classificação das Orações Subordinadas Substantivas

As orações subordinadas substantivas podem se apresentar de duas maneiras principais, dependendo de sua estrutura: reduzidas ou desenvolvidas.

Nas orações subordinadas substantivas reduzidas, o verbo aparece em uma forma nominal (infinitivo, gerúndio ou particípio), dispensando o uso de uma conjunção integrante.

Exemplos:

  • O mais importante é vencer o jogo." (infinitivo)
  • "Tenho certeza de tê-lo visto ontem." (particípio)
  • "Vi você correndo pelo parque." (gerúndio)

As orações subordinadas substantivas desenvolvidas são introduzidas pelas conjunções integrantes "que" e "se". Elas também podem vir acompanhadas de pronomes, conjunções ou locuções conjuntivas que ajudam a conectar a oração principal e a subordinada.

Exemplos:

  • "A verdade é que ele sempre se esforça."
  • "Tenho medo de que você se machuque."
  • "Ela perguntou se você virá à festa."

Quanto à classificação, as orações subordinadas substantivas podem ser divididas em seis tipos:

Oração Subordinada Substantiva Subjetiva

As orações subordinadas substantivas subjetivas exercem a função de sujeito da oração principal.

Exemplos:

  • "É fundamental que todos cheguem no horário." (função: sujeito do verbo "ser")
  • "Convém que ele participe da reunião." (função: sujeito do verbo "convir")
  • "É necessário que você estude mais." (função: sujeito do verbo "ser")

Oração Subordinada Substantiva Predicativa

As orações subordinadas substantivas predicativas funcionam como predicativo do sujeito da oração principal. Em outras palavras, atribuem características ao sujeito da oração.

Exemplos:

  • "Meu desejo é que você seja feliz." (função: predicativo do sujeito de "meu desejo")
  • "A dúvida era se ele conseguiria terminar a tempo." (função: predicativo do sujeito de "a dúvida")
  • "A verdade é que ele mentiu." (função: predicativo do sujeito de "a verdade")

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

As orações subordinadas substantivas objetivas diretas funcionam como objeto direto na frase. Completam o sentido do verbo da oração principal, respondendo à pergunta "o quê?" sobre o verbo.

Exemplos:

  • "Manuel disse que viria à festa." (função: objeto direto do verbo "dizer")
  • "Helen afirmou que não mudará de opinião." (função: objeto direto do verbo "afirmar")
  • "Espero que você consiga o emprego." (função: objeto direto do verbo "conseguir")

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta

As orações subordinadas substantivas objetivas diretas funcionam como objeto indireto na frase. Completam o sentido do verbo da oração principal, sendo iniciadas por preposição.

Exemplos:

  • "Nonato duvida de que você consiga." (função: objeto indireto do verbo "duvidar")
  • "Joelma sempre desconfia de que estão mentindo para ela." (função: objeto indireto do verbo "desconfiar")
  • "O professor insistiu em que todos participassem." (função: objeto indireto do verbo "insistir")

Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal

As orações subordinadas substantivas completivas nominais funcionam como complemento nominal. Especificam ou caracterizam um substantivo, adjetivo ou advérbio da oração principal.

Exemplos:

  • "Tenho medo de que ele falhe." (função: complemento nominal de "medo")
  • "Miguel tinha esperança de que tudo fosse resolvido rapidamente." (função: complemento nominal de "esperança")
  • "Estavam ansiosos por que a viagem fosse confirmada." (função: complemento nominal de "ansiosos")

Oração Subordinada Substantiva Apositiva

As orações subordinadas substantivas apositivas funcionam como aposto. acrescentam uma informação sobre um termo da oração principal, geralmente vindo após dois pontos.

Exemplos:

  • "Tenho um desejo: que tudo dê certo."
  • "Monique tem um objetivo: que todos participem da atividade."
  • "Seu maior sonho é: que a paz reine no mundo."

Exercícios

Questão 1

Assinale a alternativa em que a oração subordinada substantiva exerce a função de objeto direto:

a) O fato de ele ter mentido me decepcionou.

b) É fundamental que todos colaborem.

c) Meu sonho é que você seja feliz.

d) Não sei se ele virá à festa.

Questão 2

Qual das seguintes opções é uma oração subordinada substantiva apositiva?

a) O que eu quero é que você seja feliz.

b) O fato é que eles não se importam.

c) Minha recomendação é: que você não perca esta oportunidade.

d) Ele explicou que não tinha tempo.

Questão 3

Identifique a função da oração subordinada substantiva em: "A verdade é que precisamos agir rapidamente."

a) Objeto direto

b) Sujeito

c) Predicativo

d) Complemento nominal

Bibliografia:

  • BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 1999.
  • CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Lisboa: Edições João Sá da Costa, 1991.

Veja também:

Igor Alves
Igor Alves
Educador desde 2009, professor de Língua Portuguesa licenciado pela Universidade Federal do Pará. Criador de conteúdos online desde 2021.
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