Orixás: o que são e história na Umbanda e no Candomblé

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Os orixás são divindades da mitologia africana iorubá que se popularizaram no Brasil com as religiões de matriz africana Umbanda e Candomblé.

Iorubá é uma região da África composta por diversos grupos étnicos com língua e cultura semelhantes. Muitas das pessoas negras trazidas para o Brasil para serem escravizadas eram dessa região.

Existem mais de 400 orixás na mitologia iorubá, mas somente alguns deles são famosos e cultuados no Brasil: Exú, Oxalá, Ogum, Oxóssi, Oxum, Oxumaré, Xangô, Iansã, Iemanjá, Nanã, Omolú, Logunedé, Obá, Ossain, Yewá e Ibeji.

Quais são os orixás?

Na mitologia iorubá existem centenas de orixás, mas apenas alguns deles são cultuados pelas religiões Umbanda e Candomblé. Os 16 orixás mais populares no Brasil são:

Exú

Exú é o orixá intermediário e mensageiro, responsável pela comunicação entre os orixás e os homens. Exú é o guardião dos caminhos, é capaz de derrubar barreiras.

O Exú é, por vezes, interpretado como uma divindade má, mas na mitologia iorubá não existe a representação do mau. Assim como os outros orixás e seres humanos, Exú tem virtudes e defeitos e pode agir para o bem e para o mau.

Representação no cristianismo: Santo Antônio.

Veja mais sobre Exu.

Oxalá

Oxalá é uma divindade masculina, ele é o criador de todos os seres e considerado o pai de todos os orixás - com exceção de Logunedé. Ele representa o sol, a criação e a vida.

Segundo a mitologia iorubá, Oxalá tentou criar os seres humanos com vários materiais, mas só conseguiu quando utilizou o barro.

Representação no cristianismo: Jesus Cristo.

Saiba mais sobre Oxalá.

Ogum

Ogum é o orixá que representa a luta, as conquistas, ele é o deus da guerra e o arquétipo do guerreiro. É o senhor da guerra e padroeiro de todos os trabalhadores cujo ofício exige a utilização de ferramentas.

Representação no cristianismo: São Jorge.

Veja mais sobre Ogum.

Oxóssi

Oxóssi vive nas florestas e representa a fartura, é protetor dos caçadores e rege as lavouras, seu símbolo é o arco e flecha. Ele pode imitar o som dos animais com perfeição, é um caçador valente e generoso.

Representação no cristianismo: São Sebastião.

Saiba mais sobre Oxóssi.

Ogum, nana e iansaEstátuas de Ogum, Nanã e Iansã em Salvador, Bahia.

Oxum

Oxum é uma divindade feminina, ela é dona da água doce, dos rios e das cachoeiras. Representa a delicadeza, a fecundidade e a maternidade, por isso, é muitas vezes chamada de “mamãe Oxum”.

Representação no cristianismo: Nossa Senhora Aparecida ou Nossa Senhora de Fátima.

Saiba mais sobre Oxum.

Oxumaré

Oxumaré é filho de Nanã, é a divindade do movimento, do ciclo vital. Esse orixá é homem e mulher ao mesmo tempo, ele representa as dualidades, como o dia e a noite, o bem e o mal.

Representação no cristianismo: São Bartolomeu.

Xangô

Na mitologia iorubá, Xangô é rei, por isso, é o orixá que cuida do poder, da administração e da justiça. Ele age com neutralidade, é reconhecido pelas sábias decisões e integridade.

Representação no cristianismo: São Pedro ou São Jerônimo.

Saiba mais sobre Xangô.

Iansã

Iansã é uma guerreira poderosa, responsável por levar as almas para o céu. É a senhora dos ventos, dos trovões, das tempestades e representa as mudanças rápidas.

Representação no cristianismo: Santa Bárbara.

Saiba mais sobre Iansã.

Iemanjá

Iemanjá é considerada a mãe de todos os orixás - com exceção de Logunedé. É a grande mãe e rege a educação, a família e as uniões. Ela é a rainha dos mares, protetora dos marinheiros e um dos orixás mais famosos no Brasil.

Representação no cristianismo: Nossa Senhora da Conceição ou Nossa Senhora dos Navegantes.

IemanjaEstátua de Iemanjá em Salvador, Bahia.

Saiba mais sobre Iemanja.

Nanã

Nanã é uma divindade mulher, que representa a maternidade, a vida e a morte. Segundo a lenda iorubá, foi Nanã que sugeriu a Oxalá usar barro para a criação dos seres humanos.

Representação no cristianismo: Nossa Senhora Sant’ana.

Saiba mais sobre Nanã.

Omolú

Omolú é um grande e respeitado feiticeiro, é o senhor da vida e da morte e deus da medicina. Ele é responsável pela passagem de um plano para o outro, por guiar os espíritos para uma nova vida. Atua em hospitais e cemitérios.

Representação no cristianismo: São Lázaro.

Veja mais sobre Obaluaê (Omolu)

Logunedé

Logunedé é filho de Oxóssi e Oxum e dono de uma beleza ímpar. É um exímio caçador e pescador, tem expressões masculinas e femininas.

Representação no cristianismo: Santo Expedito.

Oxalá, Ogum e XangôEstátuas de Oxalá, Ogum e Xangô em Salvador, Bahia.

Obá

Obá é uma orixá feminina, deusa das águas revoltas. É guerreira e caçadora, protetora do equilíbrio e da justiça.

A lenda iorubá diz que Obá está sempre junto de Nanã, e tem uma forte rivalidade com Oxum, pois as duas teriam disputado o amor de Xangô.

Representação no cristianismo: Santa Joana D’Arc.

Saiba mais sobre Obá.

Ossain

Ossain é o orixá da cura, protetor das plantas medicinais e sagradas, ajuda os que pedem por saúde. Tem como principal característica ser muito reservado.

Representação no cristianismo: São Benedito.

Ewá

É a orixá feminina da intuição e da vidência. Ewá é muito bonita e sensual, é deusa do céu rosado e estrelado, dos nevoeiros e dos horizontes.

Também é a divindade que protege tudo o que é puro. A lenda conta que Ewá permanece virgem.

Representação no cristianismo: Santa Luzia.

Ibejis

Ibejis são divindades gêmeas, protetoras das crianças. São os orixás da alegria e da inocência. Erroneamente são confundidos com êres, por terem a mesma característica ingênua e infantil.

Representação no cristianismo: São Cosme e Damião.

Aprenda mais sobre as religiões de matriz africana: Candomblé, Umbanda e Tudo sobre a Umbanda.

História dos orixás

Segundo a mitologia iorubá, Olodumaré, também conhecido como Olorum, é o deus supremo e inacessível. Ele criou o mundo e os orixás para governá-lo e servirem de intermediários entre ele e os humanos.

Olodumaré não aceita oferendas, pois, como é o criador de tudo, tem poder sobre tudo e não há nada que ele não possua.

Os orixás representam os elementos da natureza e Olodumaré é a junção de todas essas energias. Os orixás não são deuses, portanto, as religiões que cultuam os orixás são monoteístas.

Durante a colonização do Brasil, muitas das pessoas trazidas da África para serem escravizadas eram da região de iorubá e trouxeram consigo suas crenças e tradições religiosas.

O Candomblé foi a religião que passou a ser praticada por esses povos escravizados no Brasil, seguindo as tradições e cultos africanos e cultuando os orixás da mitologia iorubá.

Essas práticas religiosas, no entanto, eram duramente reprimidas pelo colonizador, que impunha aos escravizados a prática do catolicismo.

Para seguir cultuando seus orixás, os africanos usavam os santos da Igreja Católica para representar suas divindades. Por exemplo, quando rezavam para São Jorge, na verdade estavam cultuando Ogum.

Assim iniciou-se o sincretismo religioso, que vai dar origem a outra religião de matriz africana: a Umbanda. A Umbanda tem elementos do Candomblé, do Catolicismo e do Espiritismo e surge no início do século XX.

Altar umbandaAltar de Umbanda.

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