Preconceito racial (o que é, exemplos e no Brasil)
Preconceito racial é todo e qualquer julgamento que discrimina uma raça ou etnia por considerá-la inferior ou menos capaz.
Também designado de racismo ou preconceito de raça, o preconceito racial existe na humanidade há muitos anos, não só no Brasil, mas no mundo todo.
No Brasil, esse problema moral e social é sofrido por pessoas negras, árabes, asiáticos e indígenas.
Preconceito racial no Brasil: contexto histórico
Os povos indígenas
A história do racismo no Brasil começou com a colonização portuguesa. Os primeiros a sofrerem preconceito por conta de sua cor foram os indígenas, povo nativo (de várias etnias) que habitava as terras brasileiras antes da chegada dos portugueses.
Os indígenas também foram escravizados e considerados inferiores, inclusive incapazes de desempenhar certas tarefas braçais que os portugueses necessitavam cuidar, por exemplo, nas lavouras de café e nos engenhos de açúcar.
Os povos africanos
Foi então que, em meados do século XVI, os colonizadores decidiram buscar negros africanos, considerados fisicamente mais fortes. Deu-se o início do tráfico de pessoas.
Ao chegarem ao Brasil, os africanos foram escravizados e se tornaram propriedade dos colonizadores portugueses.
Os negros eram impedidos de frequentar locais onde só era admitida a presença de brancos.
As pessoas escravizadas também não tinham direito a receber qualquer tipo de pagamento, não podiam ter bens, eram tratados como uma mercadoria e sofriam todos os tipos de torturas físicas e psicológicas.
Somente em 13 de maio de 1888, deu-se a abolição da escravidão no Brasil, o que teoricamente deixaria os escravizados livres, no entanto, não foi assim que aconteceu.
Como eram inteiramente dependentes dos donos das terras, os ex-escravizados viram-se perdidos em uma sociedade que não os acolhia.
Não tinham onde viver e nem mesmo como se sustentar. Muitos tiveram, inclusive, de continuar trabalhando para seus antigos senhores em troca de habitação e comida.
Sem ter para onde ir, parte dos recém-libertos começaram a povoar os subúrbios das cidades e formaram-se os chamados bairros africanos, precursores das favelas.
Essa população viveu marginalizada nos subúrbios e sem as mesmas condições de vida que as demais pessoas.
Desde então, a população das favelas brasileiras é formada por uma maioria negra ou afrodescendente e carenciada.
O período de escravidão deixou mazelas que ainda são notórias hoje em dia. O preconceito sofrido pelos morados das favelas, por exemplo, tem razões econômicas, mas sobretudo raciais.
Veja também os 5 momentos mais importantes na luta contra o racismo.
O que é o racismo institucional
O racismo institucional acontece quando há qualquer tipo de preconceito e discriminação racial em uma instituição, como empresas, universidades ou órgãos públicos, ou privados.
Esse tipo de racismo consiste na falha proposital em prestar os devidos serviços a uma pessoa devido a sua cor, cultura ou etnia.
Outro caso onde ele pode se manifestar é na ocupação de cargos de liderança acontecer preferencialmente por pessoas das etnias dominantes (no caso do Brasil, brancos).
O que é preconceito não intencional
É chamado preconceito não intencional, quando embora o ofensor possa afirmar não haver a intenção de discriminar, mas há, em sua fala ou comportamento, uma propagação de uma ideia de estereótipo racial.
Por exemplo, é considerado preconceito racial o ato de atribuir determinados gostos ou capacidades a uma pessoa com única justificativa de que essa característica está relacionada com a sua raça ou etnia.
O que significa apropriação cultural
A apropriação cultural ocorre quando elementos culturais típicos de um povo marginalizado são adotados por um grupo dominante.
Constantemente é possível ter conhecimento de polêmicas que costumam originar várias manifestações nas redes sociais em volta do termo.
Entretanto, trata-se de um conceito que aborda o uso de vestuário, música, idioma, culinária, entre outros, típicos um povo por grupo hegemônico.
Essa apropriação acontece por razões estéticas ou de entretenimento, e não gera retorno ao grupo marginalizado e destrói o significado cultural e politico dos elementos apropriados.
Existem "raças humanas" para as Ciências Biológicas?
As chamadas raças humanas não existem como entidades biológicas.
É importante referir que o próprio conceito de raça, dentro da humanidade, é errôneo. Trata-se de uma construção social usada para definir pessoas pela cor da pele.
Segundo Sérgio Pena, médico geneticista brasileiro, “cada brasileiro tem uma proporção individual única de ancestralidade ameríndia, europeia e africana”.
Portanto, no Brasil, não se pode afirmar que um indivíduo seja da raça x ou y com base na cor de sua pele.
Contudo, os estudos das áreas das Ciências Humanas relacionados ao preconceito baseado na antiga divisão por raça ainda existem porque esse preconceito se mantém, por conta de diferentes contextos socioeconômicos e culturais.
Veja também:
- Diferença entre preconceito, racismo e discriminação
- Racismo: conceito, tipos, causas (no Brasil e no mundo)
- 7 principais tipos de preconceito
- Diferença entre Preto, Pardo e Negro (cor de pele)
- O que é Preconceito
- Racismo estrutural: conceito, exemplos e como é no Brasil
- Preconceito Social
- Desigualdade racial
- Xenofobia: o que é, exemplos e como acontece no Brasil
- Multiculturalismo