Sororidade

Juliana Theodoro
Revisão por Juliana Theodoro
Mestra em Ciências da Comunicação

Sororidade é a união e a aliança entre mulheres, baseadas na empatia e no companheirismo, em busca de alcançar objetivos em comum.

O conceito da sororidade está fortemente presente no feminismo, sendo definido como um aspecto de dimensão ética e prática dentro do movimento de igualdade entre gêneros.

Do ponto de vista do feminismo, a sororidade consiste no não julgamento prévio entre as mulheres, o que, na maioria das vezes, ajuda a fortalecer estereótipos preconceituosos criados por uma sociedade machista e patriarcal.

A sororidade é um dos principais alicerces do feminismo. Pois, sem a ideia de “irmandade” entre as mulheres, o movimento não conseguiria ganhar proporções significativas para impor as suas reivindicações.

A sororidade é o oposto da rivalidade feminina e visa combater o mito de que mulheres são rivais e estão sempre competindo uma com as outras, estimulando o apoio e a união entre elas.

Qual a importância da sororidade?

Mãos femininas uma sobre as outras em um movimento de apoio mútuo.

A sororidade é um conceito importante para a luta feminista pela igualdade de gênero. Sua prática, quando bem difundido entre as mulheres, enfraquece a rivalidade feminina.

Em sociedades patriarcais, as mulheres foram socializadas para competir uma com as outras, tanto por beleza, quanto pela atenção masculina. A sororidade tem como princípio ver outras mulheres como irmãs e não como inimigas.

Também mostra que as mulheres não precisam rivalizar, que há espaço para todas no mundo e que juntas conseguem ir mais longe. Portanto, o conceito promove o apoio e a união feminina por meio de uma mudança de mentalidade.

Como resultado de uma maior empatia entre as mulheres, acontece a criação de redes de apoios femininas, constroem-se amizades, há uma genuína valorização das conquistas de outras mulheres, combate-se o chamado "body shaming" - que é hábito de fazer comentários maldosos e negativos sobre o corpo ou aparência de outras mulheres - entre outras consequências positivas.

Trata-se de uma mudança de valores e comportamento individual, mas que em grandes proporções enfraquece estruturas sociais do patriarcado.

Existe sororidade masculina?

Não existe sororidade masculina. A palavra sororidade é usada para se referir exclusivamente ao apoio e acolhimento empático entre mulheres. Para falar sobre o companheirismo ou apoio mútuo entre homens, pode-se usar termos como "fraternidade" ou mesmo "amizade".

Entenda o conceito de sororidade seletiva

Esta definição é aplicada quando há uma segregação entre subgrupos de mulheres. Ou seja, quando uma irmandade feminina acaba sendo baseada em interesses pessoais e ignora erradamente o verdadeiro companheirismo empático e altruísta.

Um exemplo de sororidade seletiva são as feministas conhecidas por Terfs (Trans Exclusionary Radical Feminist), que não reconhecem a identidade transgênero como mulher. Excluindo as mulheres trans.

Assim, o apoio, união e companheirismo dessas feministas são seletivos, destinados apenas para as mulheres do ponto de vista biológico e não de identidade comportamental.

Como praticar a sororidade?

A sororidade é geralmente praticada em pequenas atitudes do cotidiano entre mulheres. Conheça alguns exemplos de sororidade:

  • Acompanhar outra mulher que está sozinha em um lugar perigoso;
  • Apoiar e acolher mulheres vítimas de assédio e violência;
  • Elogiar e exaltar as qualidades de outra mulher;
  • Proteger outras mulheres em situações vulneráveis;
  • Comprar produtos e serviços de empresas chefiadas por mulheres;
  • Celebrar e apoiar as conquistas de outras mulheres;
  • Ajudar outras mulheres profissionalmente;
  • Participar de uma rede de apoio de mães;
  • Apreciar e valorizar a arte feita por mulheres, seja na literatura, na música, na pintura, entre outras;
  • Ter amigas de verdade.

Ver também: misoginia.

Juliana Theodoro
Revisão por Juliana Theodoro
Mestra em Ciências da Comunicação e especialista em Estudos de Mídia e Jornalismo, com ênfase em Estudos de Gênero e Análise do Discurso. É jornalista desde 2016.
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