Teogonia
Teogonia vem da expressão grega theosgonia, que significa o nascimento dos deuses. É uma obra literária grega clássica muito famosa, que narra a origem do universo e dos deuses, escrita pelo poeta grego Hesíodo.
Hesíodo era conhecido por recitar poesias épicas. Ele viveu no século VIII a.C. e morava em Beócia, região central da Grécia Antiga.
Com tantas fases diferentes nas escritas e leituras dos mitos gregos, a mitologia possui várias versões. A Teogonia é um dos registros mais antigos sobre a história do surgimento dos deuses, narrando a forma que os gregos enxergavam a criação do mundo.
Ao longo da obra, o autor discorre sobre a formação do universo através do deus Caos, indo até a ascensão e soberania de Zeus. Tudo isso é narrado pelo autor, que no início da obra invoca a inspiração das deusas que simbolizam a arte e a ciência, filhas de Zeus e de Mnemosine, a deusa da Memória.
Teogonia: um resumo da origem dos deuses gregos
A história da teogonia é dividida em três partes principais:
Parte I - Cosmogonia
Na primeira parte da obra é apresentada a cosmogonia, que significa literalmente a criação do universo. Os deuses que iniciam a história são:
- Caos, que representava o nada e o tudo, a matéria vazia;
- Gaia, a terra e a força da natureza;
- Tártaro, o deus do submundo, para onde iam as almas dos mortos;
- Eros, que representava o amor.
Neste momento da história os deuses não tinham relações entre si, mas conseguiam gerar outros deuses espontaneamente. Foi assim que Caos gerou Erebus e Nix, deuses gêmeos que representavam a noite e a escuridão.
Mesmo com a distância física entre Tártaro e Gaia, eles se uniram e formaram Urano, que representava o céu. Urano, por sua vez, junta-se à Gaia e dão origem a outros deuses importantes ao longo da história, os titãs e as titânias.
Urano, porém, não permitia que Gaia pudesse dar à luz aos seus filhos, por isso, os prendia dentro dela durante sua formação. Com dores e muito insatisfeita com essa situação, Gaia desafia seus próprios filhos a derrotarem e destronar o pai. De todos os titãs, apenas um aceita o desafio: Cronos, o deus do tempo.
Gaia criou uma foice com um metal resistente e a entregou para que Cronos pudesse castrar o pai. No momento oportuno ele acerta diretamente o pai, fazendo com que o órgão sexual de Urano caísse no mar.
Da espuma gerada pela queda do órgão no mar, nasceu Afrodite, a deusa do amor e das gotas de sangue nascem as Fúrias, as Ninfas e os Gigantes.
Parte II - O Nascimento de Zeus e a queda de Cronos
Cronos derrota o pai, liberta os irmãos que estavam presos dentro de Gaia e se une a própria irmã Réia, a deusa da maternidade, para ter filhos. Porém, Gaia não ficou satisfeita com a atitude do filho que destronou o pai apenas por interesse em dominar o mundo.
Gaia então profetiza que Cronos também seria destronado por um de seus filhos, como fez com Urano. Quando Réia começa a engravidar, Cronos passa a engolir seus filhos, na tentativa de que a profecia não se cumprisse. Ele engoliu Héstia, Deméter, Hera, Hades e Poseidon, que passaram a crescer dentro do pai.
Porém, Réia fica incomodada e triste por não acompanhar o crescimento dos seus filhos e pede auxílio dos seus pais, Gaia e Urano, para que seu sexto filho pudesse ser salvo. Gaia então ajudou Réia, levando-a para a Ilha de Creta onde ela deu à luz ao seu sexto filho com Cronos, Zeus.
Para fugir da fúria de Cronos e proteger o filho, Réia entrega uma rocha enrolada em um cobertor para enganar o marido, que engole sem perceber que não era a criança que sua esposa esperava.
Zeus então cresce na Ilha de Creta, aos cuidados de Gaia, e sempre soube que nasceu com a missão de libertar seus irmãos e destronar seu pai, Cronos. Ele então envenena o pai e liberta os irmãos, que se tornam os deuses olímpicos.
Parte III - As batalhas e a soberania de Zeus
Depois de assumir o trono do pai, Zeus abre muitas batalhas contra outros deuses. Uma das mais importantes foi a titanomaquia, que acontece entre os deuses olímpicos, irmãos de Zeus, e os titãs.
A guerra perdurou por anos em grandes embates. Zeus então organizou uma grande armadilha que causou o recuo dos titãs. Ele joga todos os titãs no Tártaro, o submundo, e sentencia o deus Atlas a carregar o peso do mundo em suas costas.
Quando acabou a guerra, os irmãos Zeus, Hades e Poseidon dividiram o mundo entre eles da seguinte forma:
- Os mares e rios ficaram aos cuidados de Poseidon;
- O submundo passou a ser controlado por Hades;
- Todo o restante, como céu, ar e a terra passaram a ser comandados por Zeus, o soberano do Monte Olimpo.
Zeus era um deus poderoso que dominava não somente os outros deuses, como também os homens que viviam na terra.
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