Tipos de Sujeito

Igor Alves
Igor Alves
Professor de Língua Portuguesa

O sujeito de uma oração pode ser classificado em cinco tipos: simples, composto, oculto, indeterminado e inexistente (oração sem sujeito).

Através do sujeito, podemos identificar quem ou o que realiza a ação verbal ou a quem ou a que a ação é atribuída. Falaremos a seguir mais detalhadamente sobre cada tipo de sujeito.

Tipos de sujeito

Sujeito Simples

O sujeito simples ocorre quando o verbo de uma oração se refere a um único termo essencial. Esse termo, chamado de núcleo, é a palavra principal do sujeito. É importante lembrar que o sujeito simples pode ser formado por mais de uma palavra, desde que tenha um único núcleo.

Exemplos:

  • "Paulo comprou uma bicicleta." (núcleo: Paulo)
  • "Os meninos estão brincando no quintal." (núcleo: meninos)
  • "O aluno chegou atrasado." (núcleo: aluno)

Sujeito Composto

O sujeito composto é aquele que apresenta mais de um núcleo, que pode ser constituído por substantivos, pronomes, palavras substantivadas ou até mesmo orações. Indica que a ação ou o estado se refere a mais de uma entidade, e todos os núcleos do sujeito compartilham o mesmo verbo.

Exemplos:

  • O gato e o cachorro brincam no quintal. (núcleos: gato, cachorro)
  • A maçã e a pera estão maduras. (núcleos: maçã, pera)
  • "A paz e a tranquilidade estão sempre no meu coração." (núcleos: paz, tranquilidade)

Sujeito Oculto

O sujeito oculto, também chamado de sujeito elíptico ou desinencial, é aquele que não aparece explicitamente na oração, mas pode ser identificado pelo contexto ou pela conjugação verbal. Esse tipo de sujeito é comum quando o contexto deixa claro quem é o agente da ação, evitando a repetição desnecessária.

Exemplos:

1. "Comemos pizza."

O sujeito oculto da oração é "nós", pois o verbo “comemos” está conjugado na primeira pessoa do plural.

2. "Estudo todos os dias para o exame."

Aqui, o verbo "estudo" está na primeira pessoa do singular (eu), o que indica que o sujeito oculto é "eu".

3. "João saiu cedo. Voltou só à noite."

No segundo enunciado, o sujeito é "João", mas não é mencionado novamente porque já está implícito.

Sujeito Indeterminado

O sujeito indeterminado, como o próprio nome sugere, é aquele que não se consegue identificar na oração. Ou seja, não sabemos com precisão quem pratica a ação verbal. Essa indeterminação pode ocorrer por diversos motivos, como a intenção de generalizar, de ocultar a identidade do agente da ação ou simplesmente por não se saber quem realizou a ação.

Existem duas formas de indicar o sujeito indeterminado em português: com o verbo na 3ª pessoa do plural ou na 3ª pessoa do singular seguido da partícula "se".

1.O verbo na terceira pessoa do plural indica um sujeito indefinido, sem especificar quem realiza a ação. É comum em frases onde o agente não é mencionado ou não importa para o contexto.

Exemplos:

  • "Falaram muito bem de você."
  • "Disseram que haverá uma festa."

2. Quando o verbo é transitivo indireto, intransitivo ou de ligação, o sujeito é indeterminado por meio do índice de indeterminação "se". Esse “se” é utilizado para evitar a especificação do agente.

Exemplos:

  • "Vive-se bem nesta cidade."
  • "Precisa-se de funcionários."

Oração sem Sujeito (sujeito inexistente)

O sujeito inexistente, também chamado de oração sem sujeito, ocorre quando a oração não possui agente da ação. Nessas orações, o verbo não se refere a nenhuma pessoa, coisa ou entidade, e por isso não há sujeito.

Esse tipo de construção é mais comum com verbos impessoais, especialmente quando tratam de fenômenos da natureza, expressam tempo, medidas ou situações em que o agente não é relevante.

1. Em orações com verbos que representam fenômenos naturais (como "chover", "nevar", "trovejar"), não há sujeito, pois esses verbos não precisam de um agente específico para expressar a ação.

Exemplos:

  • "Choveu a noite toda."
  • "Nevou intensamente no inverno passado."

2. Verbos que exprimem tempo ou clima, como “fazer” e “haver” (no sentido de tempo ou existência), também não têm sujeito. Esses verbos são impessoais e, por isso, não se relacionam a nenhum agente.

Exemplos:

  • "Faz cinco anos que não o vejo."
  • "Há meses que não chove."

3. O verbo “haver” usado com o sentido de "existir" ou "ocorrer" é impessoal e, portanto, também forma uma oração sem sujeito.

Exemplos:

  • "Há bons restaurantes na cidade."
  • "Havia muitas pessoas no evento."

4. Quando o verbo “ser” é usado para indicar uma data, uma hora ou uma medida de distância, ele é impessoal e também se classifica como sujeito inexistente.

Exemplos:

  • "É tarde para sair agora."
  • "Eram três horas da manhã quando acordou."

Exercícios

Questão 1

Assinale a alternativa na qual o sujeito da oração é composto:

a) Amanheceu muito frio.

b) A chuva e o vento destruíram a colheita.

c) Ontem à noite choveu bastante.

d) Vive-se bem naquela cidade.

Questão 2

A frase “Saímos cedo para evitar o trânsito” contém qual tipo de sujeito?

a) Simples

b) Composto

c) Oculto

d) Inexistente

Questão 3

Em qual das alternativas abaixo o sujeito é indeterminado?

a) Disseram que haverá uma nova reunião.

b) Estudamos juntos para a prova.

c) O rapaz viajou para o interior.

d) Chegamos ao destino final.

Bibliografia:

  • BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 1999.
  • CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Lisboa: Edições João Sá da Costa, 1991.

Veja também:

Igor Alves
Igor Alves
Educador desde 2009, professor de Língua Portuguesa licenciado pela Universidade Federal do Pará. Criador de conteúdos online desde 2021.
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