Vulcão
Um vulcão é uma abertura na crosta terrestre por onde saem materiais do interior do planeta, como lava, gases e cinzas. Ele se forma geralmente nas áreas onde as placas tectônicas se encontram, seja pelo afastamento ou pela colisão das placas.
Quando a pressão interna se torna muito grande, o material derretido, conhecido como magma, é expelido para a superfície, onde se transforma em lava.
Esse processo pode causar a formação de montanhas vulcânicas e, em alguns casos, pode levar a erupções explosivas, com grandes emissões de gases e fragmentos. Os vulcões também têm um papel importante na renovação da crosta terrestre e na formação de novos solos.
O Brasil não tem vulcões ativos, mas possui registros de vulcões extintos. Entre eles, o Vulcão Amazonas, o maior extinto do mundo, com 1,9 bilhão de anos, e o Vulcão Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, com cerca de 60 milhões de anos.
As regiões das Formações Basálticas da Bacia do Paraná também mostram evidências de intensa atividade vulcânica no passado, há mais de 130 milhões de anos, quando o território era geologicamente ativo.
Tipos de vulcões
Os tipos de vulcões têm características específicas que influenciam tanto a intensidade quanto o alcance das erupções. Essas diferenças são determinadas pela composição do magma, pela quantidade de gases presentes e pelo formato do vulcão.
Os vulcões podem ser classificados em três tipos principais, dependendo de sua forma e do tipo de erupção:
Vulcões escudo
Os vulcões escudo têm encostas suaves e se formam a partir de lava fluida, com baixo teor de sílica, que se espalha facilmente antes de solidificar. Como resultado, suas erupções tendem a ser efusivas, ou seja, não explosivas, e o magma flui de forma lenta e constante. O alcance das erupções é grande, já que a lava pode cobrir extensas áreas, mas o impacto imediato costuma ser menor. Exemplos: o Mauna Loa e o Kīlauea, no Havaí.
Vulcões estratovulcões (ou compostos)
Os vulcões estratovulcões ou compostos possuem formato cônico e encostas íngremes, esses vulcões são formados por camadas alternadas de lava solidificada, cinzas e outros materiais. Eles estão associados a erupções explosivas, devido ao magma mais viscoso, que retém gases sob alta pressão.
As erupções podem ser altamente destrutivas, com fluxos piroclásticos, quedas de cinzas e possibilidade de tsunamis, dependendo da localização. Exemplos: o Monte Vesúvio (Itália), o Monte Fuji (Japão) e o Monte Santa Helena (Estados Unidos).
Vulcões de cone de cinzas
Os vulcões de cone de cinzas têm tamanho pequeno, formato cônico e encostas íngremes. Eles são compostos principalmente por fragmentos de lava solidificada, conhecidos como piroclastos, que são expelidos durante erupções curtas e explosivas. Embora seu alcance seja limitado em comparação com os outros tipos, eles podem causar danos significativos localmente. Exemplo: vulcão Paricutín, no México.
Ao se comparar a intensidade e o alcance dos tipos de vulcões: os vulcões escudo possuem o maior alcance em termos de fluxo de lava, mas geralmente causam menos destruição direta devido à sua atividade previsível. Os estratovulcões têm impacto mais intenso e destrutivo, com erupções que podem alcançar grandes altitudes e afetar regiões distantes.
Já os cones de cinzas têm alcance menor, mas suas erupções podem ser violentas, cobrindo áreas locais rapidamente com materiais vulcânicos. Essas características mostram como o tipo de vulcão influencia nos riscos e nas consequências das erupções vulcânicas nas áreas próximas e no meio ambiente global.
Como são os vulcões
Apesar de variar em tamanho e formato, há elementos e partes do vulcão que são comuns e podem ser observadas tanto na superfície, quanto na sua estrutura interna. Os vulcões se formam a partir do acúmulo de material vulcânico e podem ser divididos nas seguintes partes principais.
As partes externas (visíveis) são:
- Cratera - é a abertura no topo do vulcão por onde o magma, gases e cinzas são expelidos durante uma erupção. Vulcões muito ativos podem ter várias crateras.
- Cone vulcânico - é a estrutura em formato de montanha formada pela acumulação de lava, cinzas e outros materiais expelidos. Pode variar em tamanho e forma, dependendo do tipo de vulcão.
- Fissuras ou fendas - são as rachaduras nas laterais do vulcão por onde o magma pode sair, criando erupções secundárias.
- Lava solidificada - são as camadas de rocha endurecida ao redor do vulcão, formadas pelo resfriamento da lava.
A partes internas (subterrâneas) são:
- Câmara magmática - é o reservatório subterrâneo onde o magma se acumula antes de ser expelido. É alimentada por material do manto terrestre.
- Chaminé vulcânica - é o canal principal que conecta a câmara magmática à superfície, permitindo a passagem do magma.
- Diques e soleiras - são os canais secundários que se formam quando o magma se infiltra por rachaduras na crosta terrestre, mas não chega à superfície.
Como os vulcões se formam
Os vulcões se formam a partir do movimento das placas tectônicas, que cria condições para o magma, o material rochoso derretido do interior da Terra, atingir a superfície. Existem três situações principais em que vulcões se formam:
Zonas de subducção
As zonas de subducção são áreas onde duas placas tectônicas colidem, com uma delas sendo empurrada para baixo da outra, em um processo conhecido como subducção. Quando a placa que ficou por baixo se move para profundidades maiores, ela derrete devido ao aumento de temperatura e pressão, gerando magma.
Esse magma sobe através da crosta terrestre, formando vulcões, especialmente ao longo das bordas dessa placa. As erupções dessas zonas tendem a ser explosivas, devido ao magma viscoso e à pressão acumulada na câmara magmática.
Um exemplo de zona de subducção é o Círculo de Fogo do Pacífico. Uma região com intensa atividade sísmica e vulcânica, onde diversas placas tectônicas convergem. No Japão, a subducção da Placa do Pacífico sob a Placa Norte-Americana gera uma cadeia de vulcões, como o Monte Fuji.
Da mesma forma, ao longo da costa ocidental da América do Sul, a subducção da Placa de Nazca sob a Placa Sul-Americana resulta na formação dos vulcões dos Andes, como o Cotopaxi no Equador e o Osorno no Chile.
Além da formação de vulcões, a subducção também causa terremotos, devido ao movimento das placas tectônicas. Esse processo geológico é responsável pela criação de fossas oceânicas, como a Fossa das Marianas, e pela constante renovação da crosta terrestre.
As zonas de subducção são importantes para a dinâmica da Terra, sendo responsáveis por alguns dos vulcões mais ativos e por muitos dos fenômenos geológicos mais poderosos do planeta.
Zonas de divergência
As zonas de divergência ocorrem quando as placas tectônicas se afastam uma da outra, criando fendas na crosta terrestre. Essas fendas permitem que o magma, vindo do manto terrestre, suba e se solidifique, formando nova crosta. Esse processo é responsável pela criação de novas porções de crosta oceânica, como nas dorsais oceânicas.
Um exemplo é a Dorsal Mesoatlântica, que se estende ao longo do Oceano Atlântico. Nessa região, as placas tectônicas da América do Norte e da Europa se afastam, permitindo que o magma suba e forme nova crosta oceânica.
O processo de expansão do fundo oceânico ocorre continuamente e é responsável pela formação de vulcões submarinos, cujas erupções ajudam a construir as novas camadas de crosta. Apesar das erupções vulcânicas nas zonas de divergência serem geralmente menos explosivas do que nas zonas de subducção, elas ainda têm um impacto significativo.
A atividade vulcânica nesses locais cria ilhas e altera a topografia do fundo oceânico. A Dorsal Mesoatlântica, por exemplo, é uma das maiores cadeias de vulcões do planeta e sua atividade contínua ajuda a modelar a crosta terrestre e a dinâmica dos oceanos.
Pontos quentes
Os pontos quentes são regiões da crosta terrestre onde o manto é anormalmente quente, formando plumas de magma que sobem e perfuram a crosta.
Diferentemente das zonas de subducção ou divergência, a atividade dos pontos quentes não depende do movimento das placas tectônicas, mas de uma anomalia térmica no interior da Terra. Esses pontos podem gerar vulcões em qualquer parte da crosta, inclusive no meio das placas.
As erupções sucessivas em um ponto quente acumulam camadas de lava e outros materiais, formando montanhas vulcânicas. A cada erupção, o vulcão cresce, criando estruturas imponentes. A forma do vulcão varia conforme a composição do magma e o tipo de erupção, que pode ser mais explosiva ou mais efusiva.
Exemplos de vulcões formados por pontos quentes são as ilhas do Havaí. O vulcão Kīlauea é um dos vulcões mais ativos do mundo, resultante de uma pluma de magma que perfura a crosta oceânica. Com o tempo, essas erupções formam ilhas e cadeias de ilhas, como no caso das ilhas havaianas.
O que é uma erupção vulcânica
Uma erupção vulcânica é um fenômeno natural que ocorre quando o magma do interior da Terra, junto com gases e fragmentos de rochas, é expelido para a superfície. Esse processo acontece devido à alta pressão acumulada nas câmaras magmáticas, que rompe a crosta terrestre.
As erupções podem variar bastante em intensidade e características, dependendo do tipo de vulcão, da composição do magma e da quantidade de gases presentes. Os tipos de erupsão são::
- Efusiva - o magma é mais fluido e flui de forma contínua, formando rios de lava. Essas erupções são menos violentas e geralmente associadas a vulcões escudo.
- Explosiva - o magma mais viscoso e rico em gases causa explosões violentas, lançando cinzas, pedras e gases tóxicos na atmosfera. Ocorre em vulcões estratovulcânicos.
As erupções vulcânicas trazem consequência locais, como a destruição de áreas próximas e deslocamento forçado de pessoas e animais devido à lava, cinzas e fluxos piroclásticos (nuvens quentes de gás e fragmentos). Assim como globais, podendo influenciar o clima, lançando partículas na atmosfera que bloqueiam a luz solar e causam resfriamento temporário.
Curiosidades sobre os vulcões
Conheça algumas curiosidades sobre os vulcões:
- Maior vulcão da Terra: o Mauna Loa, no Havaí, é o maior vulcão escudo do mundo em volume e altura total, com sua base no fundo do oceano. Possui 4169 m de altitude e 90 km de largura.
- Erupção mais longa registrada: o vulcão Puʻu ʻŌʻō, no Havaí, entrou em erupção em 1983 e continuou ativo por 35 anos, até 2018.
- Vulcões ativos fora da Terra: o maior vulcão conhecido no sistema solar é o Monte Olimpo, em Marte, com cerca de 24 km de altura.
- Vulcão que nasceu do nada: o Paricutín, no México, surgiu em 1943 em um campo de milho e cresceu rapidamente, alcançando 424 metros em um ano.
- Vulcões submarinos: cerca de 75% da atividade vulcânica do mundo ocorre no fundo dos oceanos. Muitos desses vulcões ajudam a formar novas ilhas.
- Efeito no clima: erupções como a do Monte Tambora, na Indonésia, em 1815 podem causar mudanças climáticas globais. A erupção de Tambora resultou no "ano sem verão" em 1816.
- Vulcão mais mortal: a erupção do Monte Tambora também foi a mais mortal da história registrada, com cerca de 90 mil mortes devido aos seus efeitos diretos e colaterais, como fome.
- Cinzas vulcânicas: não são cinzas comuns, mas partículas de rocha pulverizada que podem danificar motores de aviões e provocar colapsos em telhados.
- Erupções silenciosas: nem toda erupção é explosiva. Vulcões como o Kīlauea no Havaí liberam lava de forma lenta e constante.
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