Libélula

Ana Zita Fernandes
Revisão por Ana Zita Fernandes
Doutora em Bioquímica e Investigadora científica

As libélulas (nome científico: anisoptera) são insetos carnívoros e predadores da ordem Odonata. Seu corpo é formado por cabeça, tórax e abdome e são geralmente coloridas e brilhantes.

São um dos primeiros insetos a surgir na Terra - estão presentes no planeta desde o período Carbonífero da era Paleozoica, há cerca de 300 milhões de anos, antes mesmo da existência dos dinossauros.

Libélula

A maior parte de sua vida é no período larval, quando vivem em rios e lagos. As libélulas sofrem diversas mutações até a fase adulta, quando se tornam insetos terrestres-aéreos.

Existem no mundo cerca de 5.600 espécies de libélulas, dessas, cerca de 800 podem ser encontradas no Brasil.

Esse inseto também carrega diversos simbolismos para diferentes povos, principalmente devido à sua capacidade de transformação.

Significado e simbologia da libélula

As libélulas são insetos carregados de simbolismos para diversos povos. Devido ao seu processo de mutação, estão relacionadas a mudanças, transformações e capacidade de adaptação.

Em alguns países, como no Japão, a libélula é associada à felicidade, coragem e prosperidade. Na América, o inseto significa a renovação nos períodos de dificuldade.

Mas a libélula também é associada a significados negativos. Os suecos, por exemplo, acreditavam que o diabo usava as libélulas para pesar a alma das pessoas. Na China, o inseto simboliza a inconstância.

Características morfológicas

As libélulas são formadas por cabeça, tórax e abdome e seu comprimento pode variar de 2 a 16 cm, conforme a espécie.

Em seu tórax estão localizados três pares de patas com pequenos pelos que as ajudam a capturar suas presas e dois pares de asas membranosas e rígidas. Na cabeça possuem duas pequenas antenas.

Seus olhos ocupam quase a totalidade de sua cabeça e são compostos por centenas de milhares de lentes hexagonais que lhe dão uma visão privilegiada de quase 360º.

Libélula

As libélulas são um dos insetos mais rápidos existentes, elas podem chegar a velocidade de 85 km por hora.

Onde as libélulas vivem (habitat)

As libélulas vivem em áreas pantanosas e próximas a rios e riachos. Podem ser encontradas em todos os continentes - exceto no Polo Norte -, mas são mais comuns em regiões tropicais e subtropicais.

As libélulas são importantes bioindicadores da qualidade da água - a poluição dos rios, lagos e riachos é uma ameaça à vida desses insetos.

Ciclo de vida da libélula

O ciclo de vida de uma libélula é composto por três fases: ovo, larva e adulto.

Os ovos são depositados pelas libélulas adultas em locais próximos de rios e lagos, diretamente na água ou em substratos próximos dos cursos d'água.

O período larval é o mais longo e pode durar até 5 anos, dependendo da espécie. Já a fase adulta é curta, dura entre 3 e 6 meses.

LibélulaLibélula adulta saindo de seu exoesqueleto depois da sua última fase como larva.

Alimentação

Durante a fase de larva, elas respiram por guelras e se alimentam de anfíbios e peixes. Seu lábio tem um formato de gancho para facilitar a captura das presas.

Nessa fase, não costumam movimentar-se para a captura, elas esperam as presas se aproximarem.

Na fase adulta, as libélulas se alimentam de outros insetos que capturam durante o voo, como abelhas, moscas e besouros. Elas são importantes no controle biológico de mosquitos, inclusive do aedes aegypti, transmissor da dengue e da febre-amarela urbana.

Reprodução

A fase adulta é a mais breve do ciclo de vida da libélula, por isso, ao chegar nessa fase, ela tem pressa em acasalar.

Os machos disputam territórios para conseguir uma fêmea para acasalar. Antes de copular, o macho transfere os espermas para a genitália mais externa e quando encontra uma fêmea a agarra pelo tórax ou pela cabeça e a mantém presa para a cópula.

Durante o acasalamento, o corpo do macho e da fêmea se assemelham a um formato de coração.

LibélulaAcasalamento de libélulas.

Mesmo depois da cópula, os ovos podem não ser fertilizados. Isso porque a fêmea pode acasalar com outros machos depois de uma cópula. E o macho, antes da cópula, retira da fêmea todos os espermatozoides de outro macho para garantir a perpetuação dos seus genes.

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Ana Zita Fernandes
Revisão por Ana Zita Fernandes
Doutora em Bioquímica do Instituto Venezuelano de Investigações Científicas - IVIC (2001). Investigadora com mais de dez anos de experiência em instituições científicas na Venezuela e Austrália. Atualmente divide a redação de conteúdos educativos com a agricultura científica.
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